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terça-feira, 21 de abril de 2009

Cachoeiras de Diamantina (Toca, Sentinela e Cristais)

(Clique nas fotos para ampliar o tamanho)

Objetivos: Cachoeira da Toca, Cachoeira dos Cristais e Cachoeira Sentinela
Ponto Inicial: Centro de Diamantina
Distância Aproximada : desprezível
Cachoeiras alcançadas (total) : 3
Altitude Inicial : [verificar]m
Altitude Final : [verificar]
Altitude Máxima no percurso : [verificar]
Variação de Altitude da trilha : desprezível
Passagens pela água : Não
Trilha bem demarcada : Sim
Perigo de perder : Sim (em Diamantina)
Dificuldade : Fácil
Desbravadores: Ana, Diego, Fábio, Fredão, Melina, Tatiana, Wiliam, Daniel

O dia começa as 7 da manhã e o destino inicial é Diamantina. Com um planejamento bastante conturbado e problemas diversos durante a confirmação da viagem, conseguimos, no entanto sair bem. Saímos os 8 em direção a Diamantina com uma parada rápida em Curvelo. Logo após um check-point onde nos alimentamos bem (recebidos com pão de queijo, café e sanduíches pela família da Tati) botamos pé na estrada de barriga cheia em direção a Diamantina.

A estrada, de BH a Diamantina está sendo duplicada, por isso muitas obras deixam o trânsito mais lento. Ficamos uns 20 minutos parados em certo momento, quase apelando para uma estrada de terra alternativa. Mas a espera, por não ter durado muito, nos deixou com o caminho original.

Chegamos em Diamantina perto de meio dia (são cerca de 310 km desde BH).

Cidade de Diamantina - Bairro

Chegando lá comemos perguntamos no primeiro bar onde ficavam as cachoeiras e onde havia um restaurante bom e em conta. A mulher nos "recebeu" bem e ainda nos deu um mapinha, apesar que o mapinha não tinha lá muita exatidão. Ele mostrava as principais ruas de Diamantina mas não mostrava exatamnte como chegar nas cachoeiras.

Fomos ao restaurante sugerido pela mulher e lá perguntamos se o senhor conhecia acampamentos e as cachoeiras que visitaríamos. Ele apontou no mapa como se chegava as cachoeiras mas não soube dizer nada campings. E nunca tinha ouvido falar do Camping São Pedro, aquele que pretendiámos ir em Diamantina.

Pois bem, postergamos esse problema para o fim do dia e fomos em direção ao primeiro objetivo: Cachoeira da Toca. O senhor do restaurante realmente nos havia dado a direção correta. A entrada pra Cachoeira da Toca é numa das saídas de Diamantina, por acaso a mesma saída que nos leva a Belo Horizonte (de onde viemos).

Chegando quase na saída, tendo um posto BR do lado esquerdo e uma concessionária de veículos Fiat, deve-se entrar a direita (ver mapa). Depois que se sai da BR, começa uma estrada de terra. A estrada é bem tranquila (não é daquelas que destrói carros). Existe apenas uma bifurcação (deve-se virar a direita, na Rua da Cachoeira). As ruas não tem nomes, mas havia muitas pessoas nela que, mesmo sem termos perguntado nada nos falaram: "A cachoeira é na outra rua!" Então a chance de erro, é ínfima.

Na rua da cachoeira desce-se um pouco até que se passa por uma fazenda e finalmente chega-se ao fim da linha. O fim da linha é uma porteira (trancada) e a chegada rápiad de um cavalo atrás dos carros informando que a cachoeira é pra.... direita (sempre direita).

Fim da Rua da Cachoeira
O começo da trilha pra Cachoeira da Toca fica a direita
É que a porteira fica logo depois da ponte do rio que alimenta a cachoeira da Toca. O cavalo que nos seguiu provavelmente viu nossos carros (apesar da porteira ser a frente, parte da área do lote da fazenda se estende do lado direito , seguindo a estrada) e já sabia que se tratava de aventureiros (devem estar acostumados com eles todos os fins de semana).

Começamo a fazer a trilha (bem simples) e esperávamos uma verdadeira legião de farofeiros, pela facilidade de acesso na cachoeira. A nossa surpresa foi encontrar apenas 2 pessoas (dois nativos da região) lá.

Cachoeira da Toca

Possui um poço agradável, de cerca de 10 metros [verificar dado] de comprimento e 7 metros de altura [verificar dado]. Começa raso e vai se aprofundando aos poucos. Quando chega próximo a cachoeira se aprofunda rapidamente, no entanto. O chão do poço é do tipo cascalho e tem poucas pedras em toda sua área. Dá pra apreciar a cachoeira em pedras do lado esquerdo do poço e também dá pra ficar debaixo da cachoeira (existem algumas pedrinhas pra se escorar). De acordo com os nativos, o poço tem 12 metros de profundidade (medidos pelos bombeiros) mas eu, particularmente acho que não chega a tanto, devido a extensão pequena-media do poço. Diria uns 6 metros de profundidade.
Cachoeira da Toca - com vazão média (mês de Abril)

De acordo com os nativos, mutia gente pula lá de cima dela (o que eu achei uma loucura) mas depois da viagem, uma rápida busca no youtube provou ser verdade que alguns loucos o fazem. (então deve ser um bocado profundo mesmo, o poço).

Próxima visita
Ficamos ali cerca de um hora, agora em direção a Biribiri, cidade/vilarejo próxima a Diamantina, onde iríamos visitar outras duas cachoeiras. Em 14 minutos chegamos ao trevo de Biribiri, e em mais 6 entramos na estrada de terra.

A estrada é mediana, não é de todo boa, mas também não é terrível. Até a Cachoeira Cristais são 11km e fizemos uma média de 1km/min. Chegando ao fim da linha aparece uma barraca com dois seguranças ali. A cachoeira não fica aberta sempre. A trilha para chegar a cachoeira também é muito rápida, sem nenhum problema. Destaque para a ponte que se atravessa até chegar a ela. Ponte bacana pelo visual e pela paisagem que oferece.
Vista da Ponte no começo da trilha para a Cachoeira dos Cristais

Dessa vez a quantidade de farofa já era um pouco maior. Devia haver umas 15 pessoas na cachoeira.

Cachoeira Cristais
A Cachoeira Cristais é bonita, é baixa, mas larga, faz um paredão legal sobre seu poço. A entrada na água é do tipo "pule". Não tem um poço rasinho pra entrar. Tem que entrar mais ou menos de uma vez. A queda possui uma negativa em quase toda sua extensão, possibilitando ficar atrás dela, bem legal.

Cachoeira dos Cristais - perfil
A vista de cima é bem legal também. Tiramos bastantes fotos na pedrona alta que fica em cima dela. Outra peculiaridade da cachoeira é como a água escoa até a queda. Ela se concentra em um fiapo de água (riozinho bonito) e de repente cai na parede, formando o paredão.

Pena que só tivemos 40 minutos pra ficar ali, (16:40) hora em que um policial veio nos "escoltar". O parque estava fechando. (as 17 horas fecha). Fomos os últimos a sair e o carro da polícia nos seguiu até a porteira que dava acesso a cachoeira (cerca de 2km). Perguntamos onde ficava o acampamento de Biribiri mas o policial foi um pouco hostil: disse que não era possível acampar ali.

Entre ser algemado ou aceitar a palavra do policial, continuamos de volta a Diamantina, sem esperanças de conhecer a Cachoeira Sentinela.

Mas então descobrimos que ela ficava depois da porteira, um ponto em que o policial não estava mais seguindo a gente ^^. Vimos que havia cerca de 3 carros parados um pouco a esquerda da pista e deduzimos que se tratava da 3a. cachoeira.

Cachoeira Sentinela
Por "sorte" era uma cachoeira bem menor, então não ficamos com raiva por termos tido pouco tempo de vê-la.

A cachoeira Sentinela é uma quedinha bem simples, praticamente não tem poço pra nadar. É do tipo cachoeira pra tirar 1 foto apenas e tchau. (Ainda bem, porque se não ia me dar vontade de nadar as 17:30, sem sol, ia ser osso).
Cachoeira Sentinela
Parece uma arquibancada com água

Cumprida a missão do dia, fomos para a missão que era pra ser a mais fácil (mas não foi mesmo): procurar o camping São Pedro.

Ao chegar em Diamantina já havíamos perguntado um pouco sobre esse Camping, mas ninguém parecia conhecê-lo. Agora de noite, pensávamos que íamos ter mais sorte.. mas assim não foi! Aboslutamente nenhuma pessoa conseguiu dizer onde ficava o tal camping. Só conseguiam nos explicar onde ficava o tal do Camping Tijuco. Porém, esse que todos comentavam era na verdade um campo de futebol que virava camping, porém, apenas no carnaval! (foi o que nos disseram). Passamos várias e várias vezes em frente a ele (realmente estava fechado) em busca do Camping São Pedro (o desejado).

Chegamos a achar que São Pedro era um mito (assim como algumas cachoeiras que buscamos) ao constatar que ninguém sabia mostrar o caminho.

Perto do Mercado Central da cidade, finalmente alguém conseguiu nos dizer onde ficava e nos disse para virarmos ali e ali e ali. Duas coisas estranhas em relação aos Diamantineses:

-Eles parecem não saber o que é direita e esquerda. (eles não entendiam quando nos referíamos aos lados dessa forma)
-Eles não possuem a palavra Camping em seu dicionário. Quando falávamos "Camping" eles repetiam: "Campo"??

Apesar desses contratempos seguimos a direção que nos haviam dado. Ficamos felizes porque finalmente tínhamos entrado numa rua mais deserta (que era o que o mapa parecia "dizer"). Porém, a rua começou a ficar bem estranha, porque começou a ficar muito deserta e começou a subir muito, muito mesmo..

Já eram umas 8 da noite e estava bem escuro. Confesso que eu ali, vendo meu amigo Wiliam dirigir (e o Fredão atrás com o outro carro e mais galera) pensei que tinhamos entrado numa cilada. Não havia como dar meia volta nem nada. O jeito era continuar subindo naquela estradinha sem luzes nem nada!!

Finalmente chegamos lá em cima, pra descobrir que tinhamos chegado no mirante principal da cidade. Na cruz que dava pra ver láaaa de baixo! Ok... chegamos a conclusão que os Diamantineses não sabem como nos guiar!

Vista da cidade desde o Mirante
(Cruz) de Diamantina

Depois de muitas fotos e risadas lá do mirante (detalhe: O GPS do nosso amigo Xalaska, no meio da "jornada" para o mirante perdeu os sentidos o que aumentou nosso temor... só quando chegamos a cruz ele disse: "Olha , o GPS voltou!". Não tínhamos achado São Pedro mas achamos a cruz!) voltamos para Diamantina, hehe.

Já quase desistindo de São Pedro, não sei porque alguém falou a palavra "telefone". Foi quando Wiliam disse: "Nossa! É mesmo!!! Eu tenho o telefone do Camping". Parece piada né? hahaha
Mas assim foi. Ligamos e fomos atendidos pelo dono do local que nos informou como chegar lá (sem conseguir falar direita ou esquerda). Disse que era perto da fábrica.

Bem.. após mais uns 20 minutos errando caminhos (apesar de já saber onde era) finalmente chegamos ao Camping São Pedro e descobrimos porque pouca gente o conhece. É porque o camping, na verdade, é uma chácara! Chegamos lá , o lugar realmente ótimo e estava vazio.
Camping São Pedro - Jardim
Montamos a barraca já de noite e dormimos bem felizes depois de tanta luta pra chegar no local!

Camping São Pedro
O Camping São Pedro vale a pena porque:
  • Pagamos apenas 10 reais.
  • Como se trata de uma chácara, é bem caseiro, pessoal hospitaleiro e tem boa segurança (cercado).
  • Com banho quente (muito bom!)
  • Boa área de camping (cabe umas 4 barracas no melhor local) (frente da chácara).
Jardim do Camping São Pedro
Pontos negativos:
  • A água disponível não é bem potável, como diz nos sites. Como vem direto do rio, vem meio amarela e com coisinhas.. só fervendo pra usar.

Mas com cansaço toda sombra, grama fofa e água fresca é bem vinda pra aproveitar bem o próximo dia!


Dicas:
  • para Biribiri a estrada de terra tem o estado de conservação médio.
  • A Cachoeira de Cristais fica aberta até as 17:00. Fique de olho!
  • Não se paga para entrar nas Cachoeiras próximas a Diamantina
  • Se for no Camping São Pedro, anote o telefone do local, pois vai precisar pra saber as coordenadas exatas (os moradores não conhecem muito).
Resources:

Referências (Camping São Pedro)
http://www.ferias.tur.br/empresa/5556/campingsaopedro/
http://www.diamantina.com.br/index.cfm?link=camping.cfm

Fotos
Mais Fotos aqui.


Vídeos
Cachoeira Sentinela
Cachoeira dos Cristais
Cachoeira da Toca

[em construção - em breve mais vídeos no Youtube]

Mapa:
Track .gpx para download: Clique aqui


Visualizar Cachoeiras de Diamantina em um mapa maior

sábado, 4 de abril de 2009

Próximos Posts

Próxima viagem (e post) prevista: 18 a 21 de abril. Aguardem.


(+ 2: 1o. de Maio, aguardem).

Os Caçadores de Cachoeiras

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