Destino: Cachoeira Fantasma (não alcançado)
Distância Aproximada : 10,68 km (ida)
Cachoeiras no caminho : Sim (2)
Altitude Inicial : 802m
Altitude Final : 1054m
Altitude Máxima no percurso : = ~1100m
Variação de Altitude da trilha : =~ 300m
Passagens pela água : Sim (fácil)
Trilha bem demarcada : Médio
Perigo de perder : Sim
Dificuldade : Dificil
Estiveram presentes nesta aventura:
-Ana
-Bill J (bravo)
-Fabioso
-Fredão
-Diegobs (bravo)
-Mel
-Wal (brava)
Início: 5:57 de 14 de março de 2009.
Término: 20:30 [verificar horário]
Roda na Estrada:
Saímos as 5:57 de Belo Horizonte, Cristiano Machado, em direção ao Posto do Ibama, a parte debaixo, chegando lá as 7:23 sem problemas. Decidimos continuar com o carro até um pouco mais abaixo da Pousada Fazenda do Engenho (onde a estrada de terra começa a ficar ruim). Descemos e passamos a Porteira de Entrada do Parque do Ibama: A portaria estava abandonada, sendo a entrada grátis.
Pé na Estrada:
Chegamos num ponto que parecia bastante difícil continuar com o carro e decidimos deixá-lo na Casa do Seu Dionísio (primeira casinha velha de 6 casas durante o percurso). O Seu Dionísio nos atendeu bastante bem, apesar de termos tido certa dificuldade de comunicação com ele. A princípio achávamos que ele estava bêbado pela forma como falava, mas não, era daquela forma mesmo que ele se comunicava.
Dionísio tinha também um facão a tiracolo e uma barba bem grande, o que dava a ele um aspecto... nada acolhedor. Apesar disso, Dionísio deixou que estacionássemos o carro em sua casa e então, depois de mais ou menos uma hora com essa brincadeira iniciamos a parte da trilha a pé.
Considerações iniciais do início da Trilha:
O início da trilha é bem simples sem maiores complicações. Após mais ou menos 1 hora de caminhada (1,83 km) nos deparamos com uma bifurcação bem traiçoeira. Viramos a esquerda e começamos a subir a montanha. Ao chegar lá em cima, a trilha se perdia, não havia mais trilha. Perdemos cerca de 20 minutos lá em cima, procurando qual caminho seguir. De um dos mirantes conseguimos avistar a continuação da trilha la embaixo (havíamos errado em algum ponto). Descemos então, na marra, a montanha, seguindo em direção a trilha. A dica é: quando encontrar uma bifurcação em T, onde a opção é virar a esquerda ou continuar reto, continue reto.
De volta a trilha, continuamos andando sem problemas em direção a Gaviões (primeira parada rápida). Depois de passada a 6a. Casa Velha (última da região) a trilha fica fácil. Não há partes complicadas e nem bifurcações traiçoeiras. Deve haver cerca de 4 a 5 passagens pela água (pequenos córregos afluentes do rio principal) mas evitamos beber água por saber que trata-s de água contaminada (apesar de limpa para banho).
Com o erro cometido no "Monte do Erro", demoramos 1 hora e 43 minutos pra chegar em Gaviões. É claro que valeu a pena. Mas nem tanto. Não tinhamos tempo a perder, ainda mais depois dos erros cometidos. Apenas tiramos algumas fotos rápidas da cachoeira e seguimos caminho para Tombador.
Fabioeira - O Nosso Primeiro Batismo a Gente Nunca Esquece:
A aproximadamente 13 minutos de Gaviões, achamos a "Cachoeira Sem Nome 1". Trata-se de uma pequena cachoeira entre Gaviões e Tombador que não possui nome, talvez porque ela não seja tão imponente assim. Mas é claro que não perdemos a chance de batizar uma cachoeira.
Imediatamente ela foi batizada de "Fabioeira" em homenagem a um dos caros desbravadores. Nosso amigo Fábio fazia anos durante tal expedição e daí veio o nome da cachoeira que até então não tinha um.
Cachoeira de Tombador:
A trilha continua sem maiores problemas, o único deles é a sede e um pequeno cansaço, afinal, são cerca de 9km até tombador. Chegamos lá as 11:04 da manhã.
O ponto de parada oficial era em Tombador. Cachoeira serena e muito recompensadora afinal, por isso mesmo, elá já tem um nome ^^.
Feita a reverência oficial, patrocinada por Wal, partimos para análise da Cachoeira.
A Cachoeira de Tombador possui uma primeira queda "bonitinha" menor, dando num poço bem aconchegante. Onde na parte esquerda é possível ir "a pé" até o outro lado. Pudemos apreciar os peixinhos que mordiscam e ficarmos deitados ali por um bom tempo. Chegando na primeira queda, chega-se facilmente na segunda queda que é bem maior (cerca de 15 metros de altura) e possui um poço igualmente bom pra se nadar. Porém, percebemos que continuar pelo leito do rio, como queríamos não era muito trivial.
Após ficarmos descansando cerca de 1h20min em Tombador, decidimos caçar, literalmente, nosso rumo. Tinhamos duas opções:
-Tentar continuar a trilha de Travessão (era preciso "escalar" a cachoeira de Tombador).
-Tentar subir a montanha pela direita em direção a Cachoeira Fantasma.
Trilha Off-Road para Cachoeira Fantasma:
Optamos pela segunda opção (não que ela fosse a mais amigável). É que não existe trilha para Cachoeira Fantasma. Ela é tão pouco conhecida que é preciso enfrentar o mato mesmo, em busca dela.
Subimos a montanha pela direita de Tombador (subida pesada e hostil) até alcançar o primeiro ponto plano (já é bem alto). Dali, nos despedimos de alguns desbravadores que acharam melhor descansar em Tombador em vez de arriscar-se sobre a trilha off-road.
Continuando Bill J, Wal e eu e despedidas feitas, começamos a caminhar na direção Sudeste (a única referência que tínhamos). Passando alguns montes e muito mato, finalmente chegamos em uma verdadeira floresta. Inóspita, era o mínimo que podíamos dizer sobre ela.
Em 5 minutos conseguimos andar cerca de 5 centímetros sobre ela. Sendo já quase 2 da tarde isso nos fez concluir livre e facilmente que seria inútil tentar prosseguir por ali. A Fantasma parece realmente bem protegida.
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Importante salientar que, mesmo não tendo conseguido alcançar o último objetivo (Fantasma), conseguimos avistar desde lá de cima, o que convencionamos chamar de Cachoeira Sem Nome 3. Ela não aparece na foto a seguir, mas fica ali, do lado esquerdo do leito do rio, na formação rochosa que aparece.
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Sabíamos da chance de fracassar na busca de Fantasma, mas é para isso que sempre se tem um Plano B. Voltando com muita sede para Tombador, nos recuperamos ali (tomamos água da cachoeira (contaminada) pra variar) e voltamos para Gaviões. Dessa vez aproveitando o que ela tinha de bom para oferecer.
Vista da trilha Off-Road pra Cachoeira Fantasma (leito do rio pra Travessão embaixo)
A cachoeira se encontra na "diagonal direita pra cima" da foto
A cachoeira se encontra na "diagonal direita pra cima" da foto
Cachoeira de Gaviões:
Ficamos cerca de 1 hora ali. Gaviões é uma cachoeira de aproximadamente 15 metros (queda pequena), mas bem agradável. Possui um poço legal e ameno (sem muitas pedras). Na parte esquerda possui bastante cascalho, possibilitando um relaxamento bom. Depois o poço vai ficando rapidamente fundo até a queda d'água. A queda cai forte e é possível ficar atrás dela, apesar de não haver pedras pra se escorar.
Saímos de Gaviões as 16:50, pensando que não teríamos problemas no restante da trilha de volta. Ledo engano é o normal em trilhas, hehe.
A Volta (com erro):
Por volta de 17:30 começamos a subir uma montanha. Uma das frases do Wiliam (um dos bravos desbravadores) disse:
-Esse pedaço parece aquele pedaço que a gente errou na ida.
-Relaxa, William, tá certo. - Eu disse, achando que era impossível termos errado novamente.
Chegamos ao topo da montanha, apesar de William desconfiado e, mais uma vez, estávamos perdidos. Apesar de eu não estar acreditando naquele momento, tínhamos errado, na exata mesma bifurcação que na ida.
De acordo com a minha orientação aquilo era impossível, pois o meu senso de direção dizia que a orientação da trilha "errante" ficava do outro lado da montanha. Não tinhamos bússola ou GPS (erro grave para um Trilheiro), mas felizmente tinhamos um mapa em mãos. O que nos salvou foi o Google, por incrível que pareça. Colocamos o mapa na posição e graças a ele e ao sol, vimos que tinhamos que ir na direção contrária.
Nesse momento, veio a luz a William (ao ver sol, trocadilho bom!) que subitamente se lembrou da tal bifurcação hostil no meio do caminho. Era bom que ele estivesse certo, pois caso não estivesse, já era melhor ir juntando os gravetos pra fazer uma fogueira em algum lugar e dormir por ali mesmo.
É que o sol já estava se escondendo (quando começamos a descer a trilha, o sol já estava escondido atrás da montanha, nos privando de parte da luz). Não tínhamos tempo pra um novo erro, mesmo!
As vezes a sorte (e a boa memória que ainda funciona de algum dos integrantes) fazem com que não durmamos no meio do mato! William realmente tinha razão desde o início. A montanha que havíamos subido era a mesma montanha da ida (era uma curva para esquerda (pra quem vem) e a direita (pra quem volta) e nas duas vezes, nós viramos em vez de continuarmos reto.
Dali ainda faltavam 1,83km de caminhada, o que àquela altura, era como se fossem 10. O último 1km da trilha é especialmente cansativo, pois o fim dela não tem lá muitos atrativos e dá aquela sensação de que "nunca acaba". Isso motivou que Wal, já em suas ultimas calorias disponíveis para uso passasse seu mochilão para que Bill J carregasse. Bill J, como bravo cavalheiro, levou a mochila. Esse último quilômetro foi feito na utilização de lanternas, quando finalmente avistamos a luzinha do alarme do carro do William piscando dentro da casa do Seu Dionísio.
Seu Dionísio - medo:
Seu Dionísio não estava muito simpático. Talvez porque estávamos voltando um pouco tarde. Mas ele não nos matou, por sorte. Arrisquei e pedi pra tirar uma foto com ele, afinal, Seu Dionísio deu uma grande mão para o nosso passeio, apesar da dificuldade de comunicação. Descobrimos que Seu Dionísio vivia com sua mulher (parecia que ela estava assistindo a novela). Tiramos a foto (foi um momento tenso, há de se admitir) e saímos rápido dali. Já era hora!
A luta ainda não estava terminada. Antes de chegar no ponto da Estrada em frente a Pousada do Engenho o carro ficou. Ele não conseguia passar pela última fronteira da estrada. Um grande buraco por ali nos emperrava. Depois de 10 minutos de tentativas frustradas, um nativo da região (Carlinhos) estava descendo de gipe, mas ele precisava esperar que subissemos pra continuar seu caminho. Então logo começou a dar pitacos de como sair daquele buraco, literalmente.
-Pisa fundo que vai!! Disse ele pra Wiliam. Mais 5 imuntos com Carlinhos dando ajuda no atolamento e o bravo carro de Wiliam saiu da pedreira. Batemos palmas felizes por estarmos finalmente a salvo.
Antes de voltar para o acampamento, logicamente que parei na padaria da esquina par comprar aquela Coca-Cola gelada e com muito gás. Só depois então, chegando por volta de 20:30 no acampamento pudemos montar a barraca e descansar um pouquinho os ossos. Pronto para o segundo dia.
Dicas:
- É possível deixar o carro mais abaixo da Pousada Fazenda do Engenho, mas a estrada é um pouco cabulosa.
- Fique atento para a bifurcação traiçoeira. (1,83 km de caminhada a partir da primeira casinha velha ou ~1 hora de caminhada) : não vire a esquerda, siga reto.
Resources:
Distâncias:
Casa do Seu Dionísio - Bifurcação traiçoeira: 1,83km
Casa do Seu Dionísio - Cachoeira Tombador : 7,85km
Bifurcação Traiçoeira - Cachoeira de Gaviões - 4,09km
Referências e tempos aproximados:
Durante a trilha, saindo da Pousada Fazenda do Engenho passa-se pelos seguintes pontos:
- Porteira do Parque do IBAMA (Trailler) (7 minutos)
- 6 casas velhas, todas a direita (de quem vai) da trilha.
- Paredão de pedras rústico e cerca sem arame (sempre a direita de quem vai)
- Na última casa velha passa-se por uma porteira (52 minutos)
- Bifurcação Traiçoeira (60 minutos)
- A partir daí a trilha mais marcada é a que deve ser seguida.
- Atravessa-se o rio cerca de 5 vezes (pequenos riachos.. não precisa molhar).
- Em certo ponto dá pra ver o leito do rio a direita. Nesse ponto falta pouco para chegar a Andorinhas e Gaviões.
- Para ir de Gaviões a Tombador, atravesse o leito do rio de Gaviões e suba um pequeno monte (cerca de 1 metro). A trilha continua lá em cima.
aqui e aqui
Mapa:
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