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quarta-feira, 25 de março de 2009

Circuito Gaviões - Congonhas - Andorinhas

[em construção]
Destinos: Cachoeira Gaviões + Congonhas + Andorinhas
Ponto Inicial: PousadaFazenda do Engenho
Distância Aproximada : 9,05 km (ida)
Cachoeiras alcançadas (total) : 3
Altitude Inicial : [verificar]m
Altitude Final : [verificar]
Altitude Máxima no percurso : = ~[verificar]
Variação de Altitude da trilha : =~ [verificar]
Passagens pela água : Sim (fácil)
Trilha bem demarcada : Médio
Perigo de perder : Sim
Dificuldade : Média/Difícil
Desbravadores: William e Diego



No segundo dia da Caça entitulada "Em Busca da Cachoeira Fantasma" , fizemos um passeio com poucas chances de dar errado, mas com dificuldades físicas (bem pesado).

O roteiro desta trilha foi o seguinte:

Primeira parada Rápida : Cachoeira de Gaviões
Segunda parada: Cachoeira de Congonhas
Terceira parada: Cachoeira de Andorinhas

Informações Iniciais

Antes de começar a trilha, perguntamos na famosa pousada (último ponto de contato entre a civilização e a trilha do Travessão) como se chegava a cachoeira Congonhas.

Lá nos informaram que, seguindo, inicialmente, pela trilha Andorinhas/Gaviões, devia-se virar a esquerda, assim que possível para ir a Congonhas. Isso nos levou a pensar que tal conversão a esquerda era a tal bifurcação traiçoeira na primeira parte da trilha.

Início da trilha - gás total
Começamos a caminhada as 10 da manhã em ponto. Não quisemos acreditar que a trilha para Congonhas era a tal bifurcação e assim, continuamos reto. Depois de cerca de 45 minutos de caminhada encontramos uma trilha menos pisada a esquerda (bifurcação em Y) e acreditamos que fosse aquela. De acordo com o atendente da Pousada, não passaríamos por Gaviões.

Bifurcação Traiçoeira - visão de quem está indo. Siga reto!

A trilha não estava muito boa mas ainda assim seguimos um tempo. Daí, alcançamos um casal que ia na mesma direção (eles haviam passado por nós um pouco antes, de bicicleta). Avistando-os, demos uma corrida pra perguntar a eles se estávamos no caminho certo.

Trilha Direta ou Trilha Alternativa
O cara rapidamente nos informou que nós éramos "loucos" por querer ir a Congonhas. Segundo ele, COngonhas ficava a aproximadamente 7kms de desde Gaviões! Se ele estivesse certo, a chance de fracassar com Congonhas era grande. Mas não era isso que o nosso mapa e instinto diziam.

De toda forma, ele disse que a trilha não era por ali. Segundo ele a única trilha possível era realmente por Gaviões (começando por Gaviões). Isso contrariava o que o homem da Pousada dizia. Mas.. como no momento não tinhamos mais onde nos escorar, aceitamos a observação dele. Também o ajudamos informando que Andorinhas se encontrava pela trilha principal, trilha essa que eles não haviam seguido (também estavam perdidos).

Voltamos juntos para a trilha principal papeando um pouco e trocando informações sobre pontos ainda desconhecidos por nós. Quando avistamos o rio do nosso lado direito, o casal seguiu por ele, talvez para procurar a trilha de Andorinhas pelo leito do rio (ou não). (A trilha ficava, na verdade, um pouco mais adiante).

Wiliam e eu continuamos sem maiores problemas pela trilha principal chegando facilmente em Gaviões, após 1h 35 min de trilha. A cachoeira ainda estava deserta. Descansamos cerca de 5 minutos (pequena nadada) e começamos a caça por Congonhas.

Perfil da Cachoeira de Gaviões -
Sem molhar, pela trilha de pedras à esquerda



Início da Trilha à Congonhas - via Leito de Gaviões
Dá pra chegar na queda de Gaviões pela parte esquerda do leito (há um espaço pra se passar entre as pedras facilmente). Logo, sobre Gaviões, você encontrar a segunda queda que é bonitinha também. Durante toda subida até Congonhas se é recompensado pela vista e por inúmeros pocinhos pra se nadar.

Só que, como não sabíamos a dimensão da trilha, não paramos em nenhum poço. Foi uma caça direta, sem paradas.

Quedas Intermedíarias de Gaviões
No início da caminhada para Cachoeira Congonhas

A parte mais difícil da "trilha" - que não é efetivamente uma trilha, porque sobe-se todo o tempo pelo leito do rio, sobre as pedras - é ainda no começo da subida (em direção ao paredão de Gaviões), onde há lugares que deve-se pensar bem que lugar subir.. - uma leve escalada digamos assim.

Após alcançado o paredão de Gaviões, segue-se sempre pelo leito, sem problemas. Pode haver problemas, claro, se começar a chover, o que, segundo Murphy, era o nosso caso, hehe.

Fomos bem rápido. Sem parar, alcançamos a Cachoeira de Congonhas em 50 minutos.


O Paredão de Gaviões
A partir desse ponto a trilha sobre pedras é fácil


Cachoeira de Congonhas
A Cachoeira de Congonhas deve ter por volta de 12 metros [verificar dado] e tem uma queda bem dispersa (uma certa semelhança a Farofa). O poço, como em Gaviões, é muito amigável (poucas pedras) mas afunda rapidamente. Por ser uma Cachoeira em cima da montanha, é fácil se infiltrar pelas laterais dela. Na verdade é fácil se infiltrar pelo lado esquerdo dela, onde há pedras para andar e pouco mato (por ser lá no alto, há menos mato, o que facilita o caminhar). Do lado direito existe um paredão que acompanha até chegar a queda.


Cachoeira de Congonhas
Queda com água bem distribuída


É possível continuar subindo pelo leito do rio, mas não conseguimos fazer isso porque após apenas 15 minutos olhando a nova conquista, gotas começaram a sair do céu - para nosso desespero.

Pegamos nossas coisas e começamos a descer - rápido.

Dificuldades da Trilha Congonhas - Gaviões
O problema em trilhas sobre pedras é que correr não é uma tarefa muito fácil , imagine com as pedras molhadas pela chuva que se iniciava. Tombos na certa, foi o que tivemos.

Por sorte, após 10 minutos descida, a chuva parou (se não parasse era grande a chance de ficarmos presos na parte dificil da trilha - quando encontraríamos o paredão e é preciso a ajuda das mãos pra descer).


Queda em 45 graus
Um pouquinho abaixo da Cachoeira de Congonhas



Murphy nos abandonou um pouco, no entanto e chegamos bem rápido em Gaviões. (50 minutos cravados na descida, levando em consideração que estávamos bem cansados, com sede e com pedras molhadas, a descida foi a jato).

Chegando lá, a idéia era descansar em Gaviões e voltar pra casa, porque não tinhamos muito tempo nem muito pé. Mas por termos conseguido um tempo tão bom na descida, decidimos que ainda era possível realizar mais uma conquista: Andorinhas!

Sabíamos que a trilha não era difícil. É que apenas não tinhamos muito tempo pra fazê-la. E o gás começava a se esgotar. Whatever, fomos! (esse é o espírito de caça!)

Trilha Gaviões - Andorinhas
Pra chegar em Andorinhas a partir de Gaviões é só começar a voltar a trilha original sempre de olho no paredão de Andorinhas a esquerda. Uma trilha aparece a esquerda quase perpendicular ao rio. Deve-se atravessar o rio (molhar) pra chegar do outro lado (não existe uma trilha seca, ao que parece (não encontramos)). Mas molha-se só até o joelho. É bom tomar cuidado com os tombos! heheheh.

Passando o rio, existe uma trilha até o começo do paredão Andorinhas: cerca de uns 3 minutos apenas. Depois disso deve-se acompanhar o leito do rio (não tem erro). Diferentemente de Gaviões, pra chegar na queda de Andorinhas, existe um pedacinho de trilha sobre pedras, o que deixa a chegada a Andorinhas um pouco mais demorada. Não é difícil -pra nós foi um pouco desgastante porque estávamos cansados e não esperávamos por essa surpresinha matadora final. Demoramos 55 minutos de Gaviões até Andorinhas (pensávamos que fosse menos, é certo).


Trilha sobre pedras pra chegar a Andorinhas
(Cachoeira ao fundo)


Cachoeira de Andorinhas
A Cachoeira de Andorinhas é bonita e seu poço é bem "presente". A cachoeira é formada por duas quedas (pelo menos as mais visíveis desde o poço principal). Talvez seja a mesma altura de Gaviões (uns 10 a 15 metros) [verificar dado]. E depois uma segunda queda menor de uns 5 metros.

O Poço
Dos poços visitados nesse dia trata-se do poço mais "inóspito". Ele não oferece uma recepção fácil para suas águas. É poço daquele tipo que você está numa pedrinha e tem que pular (não dá pra entrar aos poucos). O poço é bastante profundo e bem cheio de pedras. Deve-se ter cuidado ao pular (porque a tentação é grande). Num de meus pulos eu acabei tendo golpe de vista errado , no momento de subir da imersão, ralei meu joelho feio numa pedra que eu não havia visto (por sorte não bato a cabeça..).



Cachoeira de Andorinhas

A precaução então é olhar bastante antes de pular, ainda mais depois de um dia de chuva (que foi nosso caso) o que deixa a água bem turva disfarçando as pedras maliciosamente.

Dá pra ficar junto a queda, apesar que, pelo menos naquele dia, a água estava caindo bem forte, chegava a doer.

A Volta mortal
Agora... vida de caçador de cachoeiras não é fácil... o nosso destino foi traçado por nós. E a nossa decisão foi abrir mão da vida mansa de ficar deitado em Gaviões só pra conhecer Andorinhas. Ficamos só uns 20 minutos por ali. Recuperamos a energia e as águas (com fonte contaminada) e começamos o caminho de volta.

No começo da volta perdemos um pouco de tempo tentando achar uma trilha um pouco melhor entre Andorinhas e a trilha normal (pensávamos que havia outra) mas não.. não tinha.. Na volta dá pra se enganar um pouco, porque o leito fica bem disperso e dá margem pra ir pra lugares "sem saída". É aconselhável ficar sempre mais a direita (pra aquele que está de costas pra cachoeira) pra chegar perpendicularmente ao leito do rio que tem que se atravessar.

Dificuldade da Trilha Andorinhas
Como nós saimos meio tortos, acabamos chutando o balde (estávamos muito cansados) e passando pelo leito num lugar mais dificinho e achando na marra a trilha principal (que tínhamos errado um pouco). Achamos fácil. A partir daí, a trilha não tinha mais surpresas pra gente. Apenas chão mesmo.

Volta forte
Não cronometrei o tempo de volta, mas voltamos num passo realmente forte. Não paramos em nenhum local e não cometemos nenhum erro. Mas é certo que, os últimos 2km, como já sabido, foram quase mortais, hehuaeh. Cheguei minguado e sem pernas na famosa Fazenda do Engenho. No último km eu me lembro bem que mal conseguia conversar com Wiliam.. foi só mesmo na Coca-Cola que eu pude voltar a sorrir e curtir as fotos que tinhamos tirado.

A Caça desse dia foi estonteante e inesquecível. Uma das mais pesadas que já realizei até hoje.

Trilha Principal para Cachoeira Congonhas existe!
Obs: Uma semana depois dessa viagem, nosso amigo Fábio, grande desbravador retornou a Gaviões + Congonhas constatando que existe sim uma trilha direta para Congonhas, como nos havia dito o dono da Pousada. Ao que parece, era a trilha onde estava o casal que subestimou nosso trabalho neste dia de caça narrado aqui. É uma entrada para esquerda e não se trata da bifurcação traiçoeira. Segue a foto da trilha vista a partir da trilha principal para Gaviões.


Trilha principal para Congonhas


[em construção]


Resources:

Distâncias:
3.5 milhas (5,6km) (primeira parte da trilha)
0,26 milhas (418m)(bifurcacação andorinhas gavioes)
0,88 milhas (1,41km) (de gavioes a congonhas)
0,14 milhas (225m) (trilha para andorinhas)

Fotos:
aqui
[em construção]

segunda-feira, 16 de março de 2009

Em Busca da Cachoeira Fantasma


Destino: Cachoeira Fantasma (não alcançado)
Distância Aproximada : 10,68 km (ida)
Cachoeiras no caminho : Sim (2)
Altitude Inicial : 802m
Altitude Final : 1054m
Altitude Máxima no percurso : = ~1100m
Variação de Altitude da trilha : =~ 300m
Passagens pela água : Sim (fácil)
Trilha bem demarcada : Médio
Perigo de perder : Sim
Dificuldade : Dificil



Estiveram presentes nesta aventura:

-Ana
-Bill J (bravo)
-Fabioso
-Fredão
-Diegobs (bravo)
-Mel
-Wal (brava)

Início: 5:57 de 14 de março de 2009.
Término: 20:30 [verificar horário]

Roda na Estrada:

Saímos as 5:57 de Belo Horizonte, Cristiano Machado, em direção ao Posto do Ibama, a parte debaixo, chegando lá as 7:23 sem problemas. Decidimos continuar com o carro até um pouco mais abaixo da Pousada Fazenda do Engenho (onde a estrada de terra começa a ficar ruim). Descemos e passamos a Porteira de Entrada do Parque do Ibama: A portaria estava abandonada, sendo a entrada grátis.

Pé na Estrada:
Chegamos num ponto que parecia bastante difícil continuar com o carro e decidimos deixá-lo na Casa do Seu Dionísio (primeira casinha velha de 6 casas durante o percurso). O Seu Dionísio nos atendeu bastante bem, apesar de termos tido certa dificuldade de comunicação com ele. A princípio achávamos que ele estava bêbado pela forma como falava, mas não, era daquela forma mesmo que ele se comunicava.

Casa do Seu Dionísio - Primeira casa velha da trilha

Dionísio tinha também um facão a tiracolo e uma barba bem grande, o que dava a ele um aspecto... nada acolhedor. Apesar disso, Dionísio deixou que estacionássemos o carro em sua casa e então, depois de mais ou menos uma hora com essa brincadeira iniciamos a parte da trilha a pé.

Considerações iniciais do início da Trilha:
O início da trilha é bem simples sem maiores complicações. Após mais ou menos 1 hora de caminhada (1,83 km) nos deparamos com uma bifurcação bem traiçoeira. Viramos a esquerda e começamos a subir a montanha. Ao chegar lá em cima, a trilha se perdia, não havia mais trilha. Perdemos cerca de 20 minutos lá em cima, procurando qual caminho seguir. De um dos mirantes conseguimos avistar a continuação da trilha la embaixo (havíamos errado em algum ponto). Descemos então, na marra, a montanha, seguindo em direção a trilha. A dica é: quando encontrar uma bifurcação em T, onde a opção é virar a esquerda ou continuar reto, continue reto.

Visão do Monte do Erro - Primeiro Km da Trilha

De volta a trilha, continuamos andando sem problemas em direção a Gaviões (primeira parada rápida). Depois de passada a 6a. Casa Velha (última da região) a trilha fica fácil. Não há partes complicadas e nem bifurcações traiçoeiras. Deve haver cerca de 4 a 5 passagens pela água (pequenos córregos afluentes do rio principal) mas evitamos beber água por saber que trata-s de água contaminada (apesar de limpa para banho).


Chegada na Cachoeira de Gaviões
Com o erro cometido no "Monte do Erro", demoramos 1 hora e 43 minutos pra chegar em Gaviões. É claro que valeu a pena. Mas nem tanto. Não tinhamos tempo a perder, ainda mais depois dos erros cometidos. Apenas tiramos algumas fotos rápidas da cachoeira e seguimos caminho para Tombador.

Fabioeira - O Nosso Primeiro Batismo a Gente Nunca Esquece:
A aproximadamente 13 minutos de Gaviões, achamos a "Cachoeira Sem Nome 1". Trata-se de uma pequena cachoeira entre Gaviões e Tombador que não possui nome, talvez porque ela não seja tão imponente assim. Mas é claro que não perdemos a chance de batizar uma cachoeira.

Fabioeira - Uma homenagem ao caro Fabioso!

Imediatamente ela foi batizada de "Fabioeira" em homenagem a um dos caros desbravadores. Nosso amigo Fábio fazia anos durante tal expedição e daí veio o nome da cachoeira que até então não tinha um.

Cachoeira de Tombador:
A trilha continua sem maiores problemas, o único deles é a sede e um pequeno cansaço, afinal, são cerca de 9km até tombador. Chegamos lá as 11:04 da manhã.

Cachoeira do Tombador - segunda queda

O ponto de parada oficial era em Tombador. Cachoeira serena e muito recompensadora afinal, por isso mesmo, elá já tem um nome ^^.

Feita a reverência oficial, patrocinada por Wal, partimos para análise da Cachoeira.

A Cachoeira de Tombador possui uma primeira queda "bonitinha" menor, dando num poço bem aconchegante. Onde na parte esquerda é possível ir "a pé" até o outro lado. Pudemos apreciar os peixinhos que mordiscam e ficarmos deitados ali por um bom tempo. Chegando na primeira queda, chega-se facilmente na segunda queda que é bem maior (cerca de 15 metros de altura) e possui um poço igualmente bom pra se nadar. Porém, percebemos que continuar pelo leito do rio, como queríamos não era muito trivial.

Após ficarmos descansando cerca de 1h20min em Tombador, decidimos caçar, literalmente, nosso rumo. Tinhamos duas opções:

-Tentar continuar a trilha de Travessão (era preciso "escalar" a cachoeira de Tombador).
-Tentar subir a montanha pela direita em direção a Cachoeira Fantasma.

Trilha Off-Road para Cachoeira Fantasma:
Optamos pela segunda opção (não que ela fosse a mais amigável). É que não existe trilha para Cachoeira Fantasma. Ela é tão pouco conhecida que é preciso enfrentar o mato mesmo, em busca dela.

Subimos a montanha pela direita de Tombador (subida pesada e hostil) até alcançar o primeiro ponto plano (já é bem alto). Dali, nos despedimos de alguns desbravadores que acharam melhor descansar em Tombador em vez de arriscar-se sobre a trilha off-road.

`Primeira parte da Trilha Off-Road - Em direção a cachoeira Fantasma

Continuando Bill J, Wal e eu e despedidas feitas, começamos a caminhar na direção Sudeste (a única referência que tínhamos). Passando alguns montes e muito mato, finalmente chegamos em uma verdadeira floresta. Inóspita, era o mínimo que podíamos dizer sobre ela.

Em 5 minutos conseguimos andar cerca de 5 centímetros sobre ela. Sendo já quase 2 da tarde isso nos fez concluir livre e facilmente que seria inútil tentar prosseguir por ali. A Fantasma parece realmente bem protegida.
--
Importante salientar que, mesmo não tendo conseguido alcançar o último objetivo (Fantasma), conseguimos avistar desde lá de cima, o que convencionamos chamar de Cachoeira Sem Nome 3. Ela não aparece na foto a seguir, mas fica ali, do lado esquerdo do leito do rio, na formação rochosa que aparece.
--
Sabíamos da chance de fracassar na busca de Fantasma, mas é para isso que sempre se tem um Plano B. Voltando com muita sede para Tombador, nos recuperamos ali (tomamos água da cachoeira (contaminada) pra variar) e voltamos para Gaviões. Dessa vez aproveitando o que ela tinha de bom para oferecer.


Vista da trilha Off-Road pra Cachoeira Fantasma (leito do rio pra Travessão embaixo)
A cachoeira se encontra na "diagonal direita pra cima" da foto


Cachoeira de Gaviões:
Ficamos cerca de 1 hora ali. Gaviões é uma cachoeira de aproximadamente 15 metros (queda pequena), mas bem agradável. Possui um poço legal e ameno (sem muitas pedras). Na parte esquerda possui bastante cascalho, possibilitando um relaxamento bom. Depois o poço vai ficando rapidamente fundo até a queda d'água. A queda cai forte e é possível ficar atrás dela, apesar de não haver pedras pra se escorar.

Saímos de Gaviões as 16:50, pensando que não teríamos problemas no restante da trilha de volta. Ledo engano é o normal em trilhas, hehe.

Cachoeira de Gaviões e seu poço com cascalho

A Volta (com erro):
Por volta de 17:30 começamos a subir uma montanha. Uma das frases do Wiliam (um dos bravos desbravadores) disse:

-Esse pedaço parece aquele pedaço que a gente errou na ida.
-Relaxa, William, tá certo. - Eu disse, achando que era impossível termos errado novamente.

Chegamos ao topo da montanha, apesar de William desconfiado e, mais uma vez, estávamos perdidos. Apesar de eu não estar acreditando naquele momento, tínhamos errado, na exata mesma bifurcação que na ida.

De acordo com a minha orientação aquilo era impossível, pois o meu senso de direção dizia que a orientação da trilha "errante" ficava do outro lado da montanha. Não tinhamos bússola ou GPS (erro grave para um Trilheiro), mas felizmente tinhamos um mapa em mãos. O que nos salvou foi o Google, por incrível que pareça. Colocamos o mapa na posição e graças a ele e ao sol, vimos que tinhamos que ir na direção contrária.

Nesse momento, veio a luz a William (ao ver sol, trocadilho bom!) que subitamente se lembrou da tal bifurcação hostil no meio do caminho. Era bom que ele estivesse certo, pois caso não estivesse, já era melhor ir juntando os gravetos pra fazer uma fogueira em algum lugar e dormir por ali mesmo.

É que o sol já estava se escondendo (quando começamos a descer a trilha, o sol já estava escondido atrás da montanha, nos privando de parte da luz). Não tínhamos tempo pra um novo erro, mesmo!

As vezes a sorte (e a boa memória que ainda funciona de algum dos integrantes) fazem com que não durmamos no meio do mato! William realmente tinha razão desde o início. A montanha que havíamos subido era a mesma montanha da ida (era uma curva para esquerda (pra quem vem) e a direita (pra quem volta) e nas duas vezes, nós viramos em vez de continuarmos reto.

Dali ainda faltavam 1,83km de caminhada, o que àquela altura, era como se fossem 10. O último 1km da trilha é especialmente cansativo, pois o fim dela não tem lá muitos atrativos e dá aquela sensação de que "nunca acaba". Isso motivou que Wal, já em suas ultimas calorias disponíveis para uso passasse seu mochilão para que Bill J carregasse. Bill J, como bravo cavalheiro, levou a mochila. Esse último quilômetro foi feito na utilização de lanternas, quando finalmente avistamos a luzinha do alarme do carro do William piscando dentro da casa do Seu Dionísio.

Seu Dionísio - medo:
Seu Dionísio não estava muito simpático. Talvez porque estávamos voltando um pouco tarde. Mas ele não nos matou, por sorte. Arrisquei e pedi pra tirar uma foto com ele, afinal, Seu Dionísio deu uma grande mão para o nosso passeio, apesar da dificuldade de comunicação. Descobrimos que Seu Dionísio vivia com sua mulher (parecia que ela estava assistindo a novela). Tiramos a foto (foi um momento tenso, há de se admitir) e saímos rápido dali. Já era hora!


Foto com Seu Dionísio - momento de muita emoção!


A luta ainda não estava terminada. Antes de chegar no ponto da Estrada em frente a Pousada do Engenho o carro ficou. Ele não conseguia passar pela última fronteira da estrada. Um grande buraco por ali nos emperrava. Depois de 10 minutos de tentativas frustradas, um nativo da região (Carlinhos) estava descendo de gipe, mas ele precisava esperar que subissemos pra continuar seu caminho. Então logo começou a dar pitacos de como sair daquele buraco, literalmente.

-Pisa fundo que vai!! Disse ele pra Wiliam. Mais 5 imuntos com Carlinhos dando ajuda no atolamento e o bravo carro de Wiliam saiu da pedreira. Batemos palmas felizes por estarmos finalmente a salvo.

Antes de voltar para o acampamento, logicamente que parei na padaria da esquina par comprar aquela Coca-Cola gelada e com muito gás. Só depois então, chegando por volta de 20:30 no acampamento pudemos montar a barraca e descansar um pouquinho os ossos. Pronto para o segundo dia.



Dicas:


  • É possível deixar o carro mais abaixo da Pousada Fazenda do Engenho, mas a estrada é um pouco cabulosa.
  • Fique atento para a bifurcação traiçoeira. (1,83 km de caminhada a partir da primeira casinha velha ou ~1 hora de caminhada) : não vire a esquerda, siga reto.


Resources:

Distâncias:
Casa do Seu Dionísio - Bifurcação traiçoeira: 1,83km
Casa do Seu Dionísio - Cachoeira Tombador : 7,85km
Bifurcação Traiçoeira - Cachoeira de Gaviões - 4,09km

Referências e tempos aproximados:
Durante a trilha, saindo da Pousada Fazenda do Engenho passa-se pelos seguintes pontos:

  • Porteira do Parque do IBAMA (Trailler) (7 minutos)
  • 6 casas velhas, todas a direita (de quem vai) da trilha.
  • Paredão de pedras rústico e cerca sem arame (sempre a direita de quem vai)
  • Na última casa velha passa-se por uma porteira (52 minutos)
  • Bifurcação Traiçoeira (60 minutos)
  • A partir daí a trilha mais marcada é a que deve ser seguida.
  • Atravessa-se o rio cerca de 5 vezes (pequenos riachos.. não precisa molhar).
  • Em certo ponto dá pra ver o leito do rio a direita. Nesse ponto falta pouco para chegar a Andorinhas e Gaviões.
  • Para ir de Gaviões a Tombador, atravesse o leito do rio de Gaviões e suba um pequeno monte (cerca de 1 metro). A trilha continua lá em cima.
Fotos
aqui e aqui

Mapa:
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Os Caçadores de Cachoeiras

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