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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Cachoeira 3 Barras e Cachoeira dos Cristais - Centro da Chapada Diamantina - Bahia




Cachoeira 3 Barras e Cristais - Chapada Diamantina


2 ótimas cachoeiras esquecidas no meio da Chapada Diamantina, com uma trilha no meio do nada
_________________________________________________________________
Duração: 8h
Gastos (por pessoa) : R$0,00
Trilhas (ida + volta) : 13,20km
Dificuldade nível: dificuldade_min.pngdificuldade_min.pngdificuldade_min.png (médio)
Atrativos : Cachoeira 3 Barras e Cachoeira dos Cristais






Leia também:


1.Introdução
Cachoeira 3 Barras e Cristais são duas cachoeiras que ficam na mesma trilha, próximas uma da outra, mas muito pouco difundidas no circuito Chapada Diamantina. Sâo, porém, excelentes cachoeiras (ambas).


Como a trilha está no meio do nada, é pouco sinalizada e sem estrutura nenhuma.
É um bom passeio pra quem quer desafio com uma boa recompensa no final.


Neste artigo damos todas as coordenadas pra minimzar a sua chance de fracasso. - desde informações da estrada, onde parar e detalhes da trilha.


Este post tem as seguintes seções:
1.Introdução
2.Atrações
3.Bases para a trilha
3.1.Igatu
4.Passeio
4.1.Resumo do Passeio
4.2.Logística
4.2.1.Breve Descrição
4.2.2.Trechos
4.2.3.Descrição dos Trechos
4.3.Estrada confusa no trecho Andaraí - Igatu - Mucugê
4.4.Aluguel de carros para a Chapada Diamantina
4.5.Mapa
4.6.Trilha
4.6.1.Breve Descrição
4.6.2.Ficha Técnica da trilha
4.6.3.Detalhes
4.6.4.Tabela DTE: (distância-tempo-elevação) - por parte
4.6.5.Gráfico de Elevação
4.6.6.Pontos de Referência
4.7.Linha de Tempo do Passeio
4.8.Resumão do Passeio
4.9.Preço total do passeio
5.Onde Ficar
6.Alimentação para a trilha
7.Placar das Atrações
8.O Risco das Cachoeiras Secas - Decepção Potencial
9.FAQ
10.Pontos Importantes
11.Downloads de mapas
12.Fontes e Referências
13.Relato, Fotos e Vídeos


2.Atrações
Cachoeira 3 Barras
  Cachoeira alta com um poço grande e muito agradável. Local muito bom de passar a tarde.











Cachoeira dos Cristais
  Cachoeira com queda diferente, em degraus, muito bonita, com poço meio sombrio, mas muito bonito.










Outras Atrações
(ainda não conhecidas)


Cachoeira do Bequinho (ou da Fendinha)
  Uma espécie de miniatura da Fumacinha, fica dentro de um canion, um pouco depois da Cachoeira dos Cristais.


3.Bases para a trilha
Existem dois locais (um distrito e um município) para servir de base para realizar a trilha: Mucugê e Igatu.


Qualquer uma das opções é uma boa opção. Nós, no entanto, ficamos em Igatu, e recomendamos lá.


3.1.Igatu
Igatu é um pequeníssimo vilarejo que fica próximo ao início da trilha para as Cachoeiras 3 Barras, Cristais e Bequinho. Não é o único local base pra se fazer a trilha, mas consideramos um “preferido”, porque:


  • Igatu é um vilarejo pequeno (300 habitantes)
  • Muito bonito
  • Muito tranquilo e tem pousadas boas.


Foi a primeira vez que fomos pra lá, e gostamos muito. O acesso é razoável. É uma estrada de terra \ pedras sem muita dificuldade mas é bom ir devagar.


Existem duas vias de acesso, uma mais próxima de Andaraí e outra mais próxima a Mucugê (e ao início da trilha.)


4.Passeio
4.1.Resumo do Passeio
  • Parte 0 - Chegando na Chapada Diamantina (carro)
  • Parte 1 - Estrada de sua base (Mucugê ou Igatu) até o início da trilha (no meio da estrada)
  • Parte 2 - Trilha passando pelas 2 (se der, pelas 3) cachoeiras e volta pela mesma trilha
  • Parte 3 - Volta para a sua base


4.2.Logística
A seção de logística explica como você chega no lugar onde a trilha se inicia. Basicamente: os translados (ônibus, táxi ou carro).


4.2.1.Breve Descrição
Depender de transporte público na Chapada Diamantina não é uma boa ideia, ainda mais na parte centro-Sul da Chapada. O recomendado é alugar um carro. Então:


  1. Alugue um carro em Salvador e vá até a sua base (Igatu ou Mucugê)
  2. Durma na base escolhida (Mucugê ou Igatu) e no outro dia pegue a estrada até o início da trilha.
  3. Estacione o carro na beira da estrada (mas escondidinha atrás de uns arbustos) e inicie a trilha.


4.2.2.Trechos
Origem
Destino
Meio
regua_mini.png
moeda.png
relogio.png
Salvador
Andaraí

431km
[1]
6h
Andaraí
Igatu
Igatu
Início da Trilha

14km
9,53km
[1]
0,5h
0,3h
Andaraí
Mucugê
Mucugê
Início da Trilha

34km
11km
[1]
0,5h
0,3h
[1] - Preço da gasolina gasta para o trecho - estimativa na seção "Resumo do passeio"


4.2.3.Descrição dos Trechos
Salvador → Andaraí
430km de estrada tranquila, asfaltada e bem sinalizada.


Andaraí → Igatu
Comece pela famosa BA142, que permeia a Chapada, mas fique de olho à direita, porque depois de aproximadamente só 6,6km você sai da BA, e entra em uma estradinha à direita. A entrada é bem humilde e silencionsa. Tem placa, mas quase em cima. Depois de virado a direita, mais alguns quilometros de subida levam até a charmosa Igatu.


Andaraí → Mucugê
Tem 2 jeitos de fazer este trajeto. Passando por Igatu (com estrada de pedras e mais curto) ou direto pela BA 142 (tudo asfaltado em boas condições, mas 30km mais longo).


Igatu → Inicio da Trilha (se dormir em Igatu...)
Muita atenção nestre trecho.  Saindo de Igatu é fácil errar e pegar a direção para Andaraí e dando uma volta grande. Na bifurcação bem no comecinho da saída da estrada tem que virar à direita. economizando quase 30km de estrada. {mais detalhes na seção a seguir}


Mucuge → Inicio da Triha (se dormir em Mucugê...)
Se sua base for Mucuge, é só voltar 11km pela estrada BA142, sem mistérios.


4.3.Estrada confusa no trecho Andaraí - Igatu - Mucugê
É importante comentar o trecho entre as 3 cidades. Independente de que jeito você fizer, vai dar certo. Mas é porque tem um jeito melhor pra cada caso, dependendo de onde decidir dormir...


É que de Andaraí até Mucugê dá pra ir por 2 estradas: uma passando por Igatu (mais curta, mas quase toda de pedra) e outra mais longa (sempre pela BA142 asfaltada), mais longa, mas mais rápida.


Se você for ficar em Mucugê, sugerimos a mais longa, que é asfaltada.


Olhe a foto que fica mais fácil de entender o que está acontecendo.


Figura de parte do mapa do passeio
 Parte amarela é a estrada BA142
Parte laranja é a estrada que liga Andaraí e Mucuge, mas em estrada de pedras.

Caso 1 - dormindo em Igatu pra fazer a trilha no outro dia
  1. Vindo de Andaraí , destino Igatu: Depois de 6,6km na estrada BA142, vire a direita no ponto marcado no nosso mapa “Saída da BA142 - estrada de pedra”, pegando uma estrada de pedras \ terra, de aproximadamente 7km até Igatu. (ver a linha laranja no mapa)
  2. Acordando em Igatu, indo pra triha: Fique atento pra logo na saída de Igatu virar à DIREITA na bifurcação. Se pegar a esquerda vai andar muito mais e demorar muito mais tempo (mais 30 a 40 minutos , no minimo. Se pegar a esquerda [ERRADO], vai pegar a linha laranja para o norte e toda a linha amarela).

Caso 2 - dormindo em Mucugê pra fazer a trilha no outro dia
  1. Vindo de Andaraí, destino Mucugê: Siga direto pela estrada asfaltada por mais aproximadamente 40km.  (ver a linha amarela no mapa)
  2. Acordando em Mucugê, indo pra triha: Basta voltar 11km, pela estrada de onde veio.


O que pode confundir um bocado bom é que pesquisando no Google Maps ele sugere o trecho Andaraí - Mucugê passando por Igatu e ainda fala que isso é a BA142 (mas não é).



4.4.Aluguel de carros para a Chapada Diamantina
Na Chapada ou em Salvador?
Na Chapada, existe uma locadora de veículos na cidade de Lençóis, nordeste da Chapada. Porém, o preço da diária é significativamente mais alta que o preço de locadoras em Salvador. Dependendo do número de dias que você for ficar com carro alugado vai ficar bem mais em conta alugar em Salvador, apesar da distâncai entre Salvador e a Chapada.


Para o nosso caso, viagem de duas pessoas apenas, 5 diárias, valeu muito a pena alugar em Salvador


Seguros
Pode causar dúvida que seguros contratar na hora de alugar o carro. Ficamos muito na dúvida se fazíamos o seguro básico (mais barato mais arriscado) ou seguro completo (bem mais caro, mais seguro).


Arriscamos e fizemos apenas o básico. Pegamos MUITA estrada de terra, e inclusive uma quase batida com um leve arranhãozinho na lateral e … tudo ok.


Recomendamos apenas o seguro comum. É claro, depende de muitas variáveis. E existe o risco de dar problema (de vc arranhar ou amassar, a brincadeira pode ficar cara), mas não recomendamos pagar o seguro completo, e correr o risco.


4.5.Mapa
Alguns pontos no mapa possuem fotos e comentários. Clique neles!fim2
Legenda_trechos.png


4.6.Trilha
    (A seção de Trilha fala apenas dos trechos feitos a pé (ou seja, tiramos fora a logística do passeio))


4.6.1.Breve Descrição
A trilha das 3 cachoeiras: 3 Barras, Cristais e Fendinha não é uma trilha simples, tecnicamnte falando. Praticamente sem sinalização, exige um tempo de gordura necessário pra possíveis erros. Possui algumas travessias de rio (sem molhar, mas que confundem a trilha).


Uma dica muito importante para toda a extensão desta trilha é: SETAS. Não há placas nesta trilhas mas há algumas setas. Nós também marcamos muitas setas na volta da trilha para ajudar próximos trilheiros. É claro que as setas marcadas na pedra não duram pra sempre. Torçamos pra que elas continuem sendo remarcadas.


Fisicamente a trilha não é complicada apesar de ter algum desnível a se considerar.


4.6.2.Ficha Técnica da trilha
Nível
Trilha 3 Barras, Cristais e Fendinha
Dificuldade Técnica  
sinal_v.png
Dificuldade Física
sinal_a.png
Obstáculos / Dificuldade
Orientaçãotrilha.png
Passagem por rio
Sim (pulando sobre pedras)
Distância Total (ida + volta)
13km
Duração (da trilha, ida+ descanso + volta)
6h
Preço
Grátis
Elevação - ganho (só na ida, na trilha)
233m
Elevação - perda (só na ida, na trilha)
218m
Orientação
Trilha 3 Barras, Cristais e Fendinha
Estado de Conservação da trilha
medio.png
Sinalização da Trilha
descurtirMuito_min.png
Pontos de Água
Sim
Tipo de Trilha
oneWay_mini.png
Precisa de GPS\Bússola?
Sim
*O destino não é contabilizado como ponto de água.
*O preço se refere apenas a parte da trilha (parque, propriedade particular, etc. Não inclui preço da logística).


4.6.3.Detalhes
Início da Trilha - achando o início da trilha
Esta é uma trilha “perdida” que merece ter citada seu início, uma vez que não é trivial onde esta trilha se inicia. Não há placas, não há construções, nada que referencie seu começo. O começo da trilha é no meio da estrada entre Igatu e Mucugê. Não há absolutamente nada indicando seu início.


Infelizmente não tiramos fotos do local porque tivemos mutios contratempos no início da trilha (veja o relato!!) e então o registro de fotos e videos ficou um pouco prejudicado durante toda a trilha. (não tivemos muito tempo pra parar). Pra vocês terem uma ideia, leiam o relato e vejam como foi que achamos o ponto inicial da trilha.


Com GPS é só seguir o ponto. Sem GPS vai ficar um pouco mais complicado identificar o início da trilha. Não é muito fácil de ver no olho, ainda mais estando de carro na estrada que é dificil ir mais lento.


Sem GPS, não esqueça de marcar a quilometragem do carro: após a saída da estrada de pedra de Igatu, irá andar aproximadamente 3,4km. Depois dessa distância você vai estar em uma retona plana.  É BEM NO MEIO dessa retona plana, a entrada pra trilha.




Fique de olho também às plaquinhas azuis de quilometragem da estrada: a trilha começa entre os kms 189km e 191km (diferentemente do que diz o blog dos Pobres Mochileiros, que diz que é entre 191km e 192km - essa info está errada lá).


Como referência de “emergência”, fique atento que se você passar pelas antenas (acho que de celular) que ficam entre Igatu e Mucugê (indo sentido Mucugê) você já passou do início da trilha. VOLTE.


Parte 1 - Início da Trilha até o Mirante - 2,9kmhiking_amarelo_mini.png


A primeira parte da trilha começa um pouquinho complicada, mas logo logo se ajeita. Assim que você estacionou o carro o início da trilha é bem visível e marcado, mas em menos de 600metros você chega em um ponto onde a trilha se perde e fica pouco visível. É uma espécie de clareira que faz a trilha se perder.


Não é intuitivo que a trilha continua na diagonal esquerda de onde a clareira se inicia.
DICA: PROCURE A SETA.


Depois dessa primeira clareira, procure seguir sempre as setas. Saiba que a trilha nunca vai ficar “dificil”. então saiba que se estiver quebrando muito mato, provavelmente você saiu fora da trilha sem perceber.


A trilha vai levemente descer até o mirante, em linha reta. Até o mirante não há outras surpresas.


Parte 2 - Descida ao vale e encontro confujso de rios -  1,18kmhiking_trilha_mini.png
A segunda parte também terá algumas partes um pouco complicadas.
Logo após o mirante, a descida até o primeiro encontro ao rio é bem tranquila. Sò seguir a trilha marcada, e há setas até a chegada ao rio.


Chega-se, então, na primeira passagem pelo rio, sem dificuldades, pois tem muitas pedras, e é em uma porção do rio beeem larga.


O único porém é que com a largura do rio (40m de largura, aproximadamente), não se tem noção de onde a trilha prosseguiria.
Primeira passagem pelo rio - leito do rio é bem largo.
É só seguir direto!  (A trilha vai estar do outro lado)



A dica é: ela prossegue quase na reta que você chegou no rio. Atravesse o rio RETO e procure a trilha que continua do outro lado.


Achando a trilha do outro lado, você continua pela trilha tranquilo por mais, aproximadamente 650m e daí vai encontrar o rio novamente. No mapa marcamos esse ponto como “encontro confuso de rios”. Dois rios se encontram e podem causar confusão em qual direção. Você deve seguir pelo rio DA DIREITA (pelo leito dele mesmo). Pegando a direita, agora ficou fácil..


Parte 3 - Pelo leito do Rio até a Cachoeira 3 Barras- 1,06kmdificuldade_min.png
Agora o pior já passou. Estando no leito do rio, apenas prossiga pelo leito do rio, pulando de pedra em pedra por mais 1,06km, até chegar tranquilo até a primeira cachoeira do passeio: A Cachoeira 3 Barras.
Aspecto da trilha em aprte ainda confusa no leito do rio.
Depois da parte confusa, é só seguir direto pelo leito do rio



Parte 4 - Subida de 3 Barras até Cristais - 1,37kmhiking_amarelo_mini.png
A saída de 3 Barras para ir para Cristais também é um pouquinho confusa.
Aspecto da trilha no começo do trecho entre 3 Barras e Cristais
Começa tranquila, sobe pela direita e depois tem um encontro confuso no fim da subida

Comece subindo pela direita da Cachoeira Cristais, por um acumulado de pedras onde também passa um pouco de água. Logo depois de escalaminhar uma queda quase seca de água, suba mais um pouco até chegar ao “alto”, uma espécie de clareira. Daí, procure uma saída “dificil” de se ver “ à sua esquerda, que sobe rapidamente um monte e depois rapidamente volta ao leito do rio. Essa parte é um pouco confusa porque junta dois afluentes novamente. (ponto “saída confusa” no mapa). Talvez seja possível continuar SEMPRE pelo leito do rio sem pegar essa saída confusa, mas nós não temos certeza se é tranquilo de se fazer (nós fizemos usando essa saída confusa, que apesar de ter sido dificil de ver, foi bem tranquila de se fazer - a dificuldade é só achá-la).


Aspecto da trilha depois da parte confusa de rios, no trecho entre 3 Barras e Cristais
Continua pelo "leito" numa passarela de pedras pela direita do leito.



Tendo passado essa parte você está novamente no leito do rio, agora é só seguir direto pelo leito do rio mesmo, tranquilo até a Cachoeira dos Cristais.


Parte 5 - PLUS - ida à Cachoeira Fendinha - 150m
Nós não fizemos este trecho, pois quisemos curtir as duas alcançadas (estávamos com pouco tempo).


Mas são apenas 150m que separam essas duas. Veja no mapa pra ter noção de direção (não sabemos dizer os detalhes).


4.6.4.Tabela DTE: (distância-tempo-elevação) - por parte
Esta tabela é bem parecida a tabela de linha do tempo, mas ela é mais focada nos trechos das trilhas.
Além disso ela mostra as informações de elevações ganhas (subidas) e elevações perdidas  (descidas) durante a trilha.
Parte
Tipo de Trilha
relogio_mini.png
dificuldade_min.png
desnivel_mini.png
nivel_mini2.png
Parte 1 - Início da Trilha até o Mirante (ponto mais alto da trilha)
hiking_amarelo_mini.png
1h
2,9km
24m
130m
Parte 2 - Descida ao vale e encontro confuso de rios
hiking_trilha_mini.png
30min
1,18km
23m
79m
Parte 3 - Pelo leito do Rio até 3 Barras
dificuldade_min.png
1h
1,06km
65m
0m
Parte 4 - Subida para Cristais
hiking_amarelo_mini.png
1h
1,37km
121m
9m
Parte 5 - PLUS - ida à Cachoeira Fendinha
dificuldade_min.png
15min
0,15km
?
?
Total
sinal_a.png
3h45min
6,48km
233m
218m
*A tabela DTE mostra as distâncias, tempos e elevações (perdas e ganhos) durante cada parte da trilha.
*As partes são definidas por convenção. Não existe divisão real entre elas.
*Os pontos inicial e final estão marcados no mapa disponibilizado neste post.
O tempo determinado é apenas uma referência.


4.6.5.Gráfico de Elevação



4.6.6.Pontos de Referência
Ponto
Distância percorrida
Observação
Início da Trilha (estrada)
0km

Clareira Confusa
0,65km
Trilha fica rala demais, com muitas pedras. Procure a seta.  Dica: a trilha não fica RUIM. Se está ruim, volte e tente de novo.
Mirante
2,9km
Da Clareira Confusa até aqui é bem tranquilo, vá pela trilha bem marcada, sempre seguindo as setas.
Passagem no Rio
3,3km
Leito largo, de 40 m. Siga RETO na perpendicular do rio até encontrar a trilha do outro lado.
Encontro confuso de rios
4,05km
Aqui dois rios se encontram causando confusão na navegação. Siga no leito do rio à DIREITA.
Cachoeira 3 Barras
5,1km
Aproveite
Saída Congusa
5,37km
Neste ponto, logo depois da subida saindo de 3 Barras, procure uma saída do leito do rio a sua esquerda. Essa saída é difícil de enxergar.
Encontro de volta ao rio (ida)
5,47km
Caindo de volta ao leito do rio, vire a direita pra continuar pelo leito do rio até a Cachoeira dos Cristais
*A tabela pontos de refêrencia mostra os pontos que nós marcamos e achamos que são bons marcos para você se referenciar durante a trilha.
*A distância em km é cumulativa, isto é, a quilometragem atribuída a um ponto mostra quantos km você andou, até então, na trilha, ao chegar em tal ponto.


4.7.Linha de Tempo do Passeio
Nesta tabela você pode ver um resumo do passeio todo (logística + trilhas), tendo uma boa ideia de quanto tempo gasta nas atividades, nos atrativos, e quanto gasta em cada um deles.


A tabela é orientada por evento: um evento pode ser um descolamento, pode ser a trilha em si, pode ser o descanso no atrativo, enfim, qualquer coisa dentro do passeio que consuma tempo.


Horário
Tipo
Nome do Evento
dinheiro_mini.png
regua_mini.png
08:00 - 08:30
restaurant_mini.png
Café da Manha na Pousada (Igatu ou Mucugê)
[1]
-
08:30 - 09:00
cabs_mini.png
Estrada da Pousada até ponto inicial da trilha
[1]
9 a 11km
09:00 - 11:30
dificuldade_min.png
Trilha até Cachoeira 3 Barras
---
5,1km
11:30 - 11:50
yoga_mini.png
Pequena parada em 3 Barras
---
-
11:50 - 13:00
dificuldade_min.png
Trilha de 3 Barras até Cristais
---
1,37km
13:00 - 14:00
rio_mini.png
Cachoeira Cristais
---
14:00 - 14:50
dificuldade_min.png
Trilha de volta à 3 Barras
---
1,37km
14:50 - 16:00
rio_mini.png
Cachoeira 3 Barras
---
16:00 - 18:00
dificuldade_min.png
Trilha de volta ao carro
---
5,1km
*Esta tabela é uma simulação, onde escolhemos a logística de nossa preferência e onde colocamos um tempo médio para os eventos.
*A duração dos eventos pode variar, dependendo das condições.
*(?) Dúvidas sobre esta tabela e seus ícones? Clique aqui


4.8.Resumão do Passeio
Nesta tabela você confere quanto tempo DE FATO você gasta: fazendo trilha, dentro de meios de lomocação, na logistica, quanto dinheiro gasta em cada etapa e seus totais. Muito bom pra fazer um balano factual do seu passeio.
Tipo de Evento
relogio_mini.png
regua_mini.png
bank_mini.png
bus_min.png
1h30min
9 a 11km
[1]
dificuldade_min.png
6h30min
6,48km
-
yoga_mini.png
2h10min
X
-
Total

X

*(?) Dúvidas sobre esta tabela e seus ícones? Clique aqui
[1] - Preço da gasolina gasta: estimativa: 1 Litro.


4.9.Preço total: Grátis + gasolina (1 Litro)
(este preço é referente apenas ao gasto nesta trilha). No próximo post faremos uma estimativa do seu gasto total na Chapada para um roteiro de 5 dias.)
5.Onde Ficar
Mucugê e Igatu tem boas opções de pousadas e albergues, vários preços e comodidades.
Nós ficamos na Pousada Art Hotel Cristal. Fomos muito bem recebidos. A pousada está nova (Junho/2015) com quartos espaçosos e confortáveis.


Um contra é os quartos não possuirem geladeira. Não sentimos falta, porém, pois ficamos lá apenas uma noite só.


Na cidadezinha há alguns restaurantes. Não são muitas opções ,mas tem alguns mais baratos e outros mais caros.


6.Alimentação para a trilha
Se for ficar em Igatu, recomendamos já chegar com sua comida para  a trilha preparada. Igatu possui um mercado, mas é pequeno e oferece apenas o básico.
Se você der sorte pode conseguir comprar pão de sal no único local onde vendem pão lá (não é uma padaria).


No mercado vai encontrar coisas como alguns biscoitos, alguns chips genéricos, sucos de caixinha, moratadela, ou seja, o basicão caso precise de alguma emergência.


7.Placar das Atrações
Com alguns anos de experiência é impressionante observar como os sites chutam as alturas das cachoeiras. Realmente é dificil estimar alturas de cachoeiras, mas há algumas formas de se fazer uma estimativa razoável. Nós o fazemos via foto com referência humana ou com o barômetro do GPS. Com números em mãos costumamos verificar a altura anunciada por aí.


É do ser humano gostar de aumentar os contos: tamanho de peixe, tamanho de cachoeira [e outras coisas mais] é algo que as pessoas sempre aumentam. Mas falemos aqui a realidade.


A Cachoeira 3 Barras e Cristais impressionam e são altas, enchem os olhos. Mas ainda assim são de porte médio.


Há sites que dizem que 3 Barras tem 70m, outros cantam espantosos 150m. Isso está errado.
Também cantam Cristais com 100m de altura, mas é bem abaixo disso. Não se preocupe.: 25m já é um excelente tamanho! Corresponde a um imponente prédio de 8 andares, é bom lembrar.


Sites que cantam alturas erradas:


Quesito
Cachoeira 3 Barras
Cachoeira dos Cristais
Altura
27,0m [1] check_mini.png
24m[2]
Tem trilha para o topo da queda?
check_mini.png
check_mini.png
Tipo de queda
Queda Livre
em Degraus
Ficabilidade debaixo da Queda
curtirMuito3.png
curtirMuito3.pngcurtirMuito3.png
Ficabilidade no Local
curtirMuito3.pngcurtirMuito3.png
curtirMuito3.pngcurtirMuito3.png
Comprimento x Largura do Poço
40mx40m (circular)
25mx15m (oval)
Profundidade do Poço
Muito fundo!
Muito fundo!
Nadabilidade
curtirMuito3.pngcurtirMuito3.png
curtirMuito3.png
Pulabilidade
curtirMuito3.pngcurtirMuito3.png
curtirMuito3.pngcurtirMuito3.png
Capacidade (pessoas - estimativa)
15 a 20 pessoas
15  a 20 pessoas
[1] - Medida da altura confiável (baixo índice de erro)
[2] - Estimativa ocular - pode haver erro
*Dimensões do poço medido por aproximação, (Largura x Comprimento x Profundidade).


Ambas as cachoeiras são excelente no geral!!!


8.O Risco das Cachoeiras Secas - Decepção Potencial
Um medo que tivemos quando decidimos fazer essa cachoeira era o risco de vê-las sem vazão nenhuma de água. Tivemos esse medo porque vimos algumas fotos delas onde simplesmente não caía água. É importante, portanto, ter em mente que essa situação pode ocorrer para essas 2 cachoeiras.


No nosso caso, tivemos sorte e a vazão estava boa (vazão média, bem agradável).


Foto da Cachoeira 3 Barras vazia (imagem encontrada na internet)


9.FAQ
Por que vocês sugerem alugar carro em Salvador ao invés de alugar na Chapada? Não faz sentido!
Faz, se você for ficar mais que 3 dias por lá. A diária em Salvador é signifiactivamente mais barata que em Lençóis (único local onde tem locadora de carros). Principalmente se setá indo direto pro sul da Chapada (você nem vai passar em Lençóis). Mas você tem que fazer as contas. Estime a quantidade de quilometros totais saindo de Salvador e saindo de Lençóis e então faça as contas, estimando o preço da gasolina e usando o preço das diárias.


No nosso caso, por exemplo, que ficamos 5 dias com o carro, ficou bem mais em conta alugar o carro em Salvador.


Não entendi muito bem onde eu vou deixar o carro enquanto faço a trilha?
É. Não tem estacionamento, nem entrada, nem portaria. É no meio da estrada mesmo, no meio do nada. Você está lá andando na BA142, no meio de uma reta tem uma entradinha singela pra você deixar o carro. Não chega a ser nem estrada de terra. É apenas um pequeno descampadinho onde dá pra deixar o carro, bem no início da trilha mesmo.


Onde é melhor ficar? Em Andaraí, Mucugê ou Igatu?
Se a pergunta é focando na trilha apresentada neste artigo, descarte Andaraí, pois fica mais longe. O melhor é escolher entre Igatu e Mucugê. Os dois são bons locais pra se ficar. Preferimos levemente Igatu antes que Mucugê pois Igatu é uma vilinha pequena,  uma experiência a parte ficar por ali. Além do mais, vai rodar menos quilômetros no total.


Eu não quero alugar carro pra ir pra chapada. Dá pra fazer essa tirlha indo de ônibus?
Meio complicado, possível apenas se você tiver bastante tempo sobrando. Tem ônibus pra Andaraí. Mas de Andaraí até o início da trilha…. só carona. Tem que dar sorte. Não tem ônibus.


Recomendamos de carro mesmo.


Tem alguma outra trilha nessa região bacana de se fazer também?Não quero fazer essa não, parece difícil.
Tem algumas opções. Tem a trilha para a Cachoeira Andorinhas (+ 2) que ficam um pouco mais a frente, indo em direção a Mucugê. A trilha é dentro de um parque então deve ser sinalizada. Nós não fizemos essa, mas era o nosso Plano B, se este Plano A falhasse. (por sorte não falhou).


10.Pontos Importantes
  • Existem duas entradas para Igatu, uma vinda de Igatu e outra de Mucuge. Pra ir pra trilha saindo de Igatu, pegue a bifurcação à direita!
  • Ao alugar o carro, não se deixe intimidar pelo terrorismo que os balconistas da locadora de veículos te fazem pra tentar vender o seguro completo! Vá de seguro simples (sim, existe risco, mas só se você bater ou arranhar o carro muuuuito feio).
  • O início da trilha é no meio da estrada mesmo, no meio do nada. Não tem entradinha, paradinha, estacionamento, tem nada. Você vai estacionar o carro numa frestinha que tem ao lado da estrada. É tranquilo de estacionar, mas não chega a ser um estacionameeeeento de fato não.
  • A trilha começa entre os kms 189km e 191km da estrada BA142, no meio de uma reta plana. Se você está no sentido Mucuge, à sua esquerda.
  • Uma dica muito importante para a trilha toda: SETAS, PROCURE SETAS.
  • No primeiro encontro com o leito do rio, atravesse o rio perperdincularmente e encontre a continuação da triha do outro lado.
  • No segundo encontro com o leito do rio, pegue o “leito  da direita” e prossiga por ele até a Cachoeira 3 Barras.
  • Se estiver com tembo sobrando, tente a Cachoeira Fendinha, que fica apenas a 150m da Cachoeira dos Cristais!


11.Downloads de mapas


12.Fontes e Referências
Relato dos Pobres Mochileiros - Cachoeira 3 Barras e Cristais : este relato foi a base que possibilitou a nossa expedição. Atenção: a informação da quilometragem na estrada de onde a trilha começa está ligeiramente errada. Não é depois do km 191, é entre 189 e 191.


Referências Estranhas ou não indicadas
Site Bahia - estranha referência a Cachoeira 3 Barras, falando uma distância errada. Parece até que estão falando de outra cachoeira


Sites que citam as cachoeiras mas com informação de altura da cachoeira errada:


13.Relato, Fotos e Vídeos


Começamos acordando as 7h30min da manhã, não tão cedo assim, porque não conseguimos deixar de lado a regalia de tomar o café da manhã da simpática pousada Art Hostel, em Igatu, que saía só as 8 da manhã. Sem contar que o clima em Igatu é ótimo, uma charmosa e pequena vilinha escondida dentro das pedras da Chapada Diamantina ,entre Andaraí e Mucugê.


Tomamos o café, conversamos com uma mulher nos pareceres de seus idos 50 e tantos, aparentemente solteira, viajando por esse Brasilsão. Na mesa, eu Paulo e essa mulher, ela do Sul, eu do Sudeste e ele do Nordeste, conversávamos sobre diferenças nas palavras e cultura. Enquanto cuzcuz em nordestinês era um negócio amarelo parecendo farofa, no sudeste e sul é aquele bolinho que parece maria mole ou algo parecido, com côco em cima. Em nordestinês esse cuzcuz tinha outro nome que já me esqueci, e isso também acontecia com a canjica que no Nordeste é outra coisa que não me lembro mais. Aquilo virou uma sopa de letras e resolvi terminar de comer a rabanada nordestina que, diga-se, estava deliciosa naquele hotel.


Perdemos um pouquinho a hora, então acertamos as contas e saímos rápido do hotel em direção ao início da trilha para a Cachoeira dos 3 Barras, Cristais e da Fenda. Minha meta era fazer as 3 cachoeiras naquele dia. Uma meta razoavelmente ousada dado que eu não possuía o exato track da trilha de aproximadamente 8km de ida, mas apenas um desenho no mapa feito a mão de acordo com o relato que os Pobres Mochileiros haviam feito.


Foto em Igatu - em frente ao Hotel Art Hotel Pousada

Ponte saindo de Igatu



Tenho que dizer que o relato estava muito bem detalhado, e foi isso que me motivou a fazer esse passeio. Pra falar a verdade eu estava bem confiante que o passeio ia ser bem tranquilo. Mas...Você sabe como são essas trilhas… nunca - mas nunca mesmo - as coisas saem como o planejado…


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Apesar da minha confiança de que íamos conseguir, eu já saí da pousada um pouco tenso por causa do horário. De acordo com o relato d’os Pobres Mochileiros, ia dar tempo, mas como a gente ia ter que decifrar o relato ou acreditar no meu desenho feito a mão no GPS, existia um risco embutido.


O Paulo estava dirigindo, saindo da cidade devagar, encantado com as pedras e casas da charmosa vila, e eu estava querendo que ele acelerasse pra não perdermos mais tempo. Acabamos então saindo rápido da charmosa vilinha em direção ao quilômetro 191 da estrada entre Andaraí e Mucugê. Eu também havia perguntando pra dona da pousada algumas direções, e ela havia comentado que eu deveria pegar a estrada como se estivesse indo para Andaraí mesmo (de onde havíamos vindo) e então , uma vez na estrada principal, virar a direita, em direção a Mucugê.


A confusão estava em que, quando saímos da estrada principal e pegamos a estradinha de pedra pra Igatu, quase chegando na vila vimos uma saída alternativa para Mucugê, então ficamos em dúvida de qual era, e o relato dos Pobres (vou chamá-los de Pobres a partir de agora, só pra abreviar) não deixava isso claro.


Depois de uns 20 minutos chegamos, então, na estrada e viramos a direita no asfalto, a procura do quilometro 191 e a placa a azul, como mandava o roteiro.


Logo que vimos a primeira placa de quilometragem, vi que a dona da pousada tinha se enganado. Isso porque a primeira placa que vi indicava algo em torno de 161km, ou seja, 30km anteriores ao início da trilha. E juntando isso ao fato de que os Pobres falavam que demoraram cerca de 10 minutos do Bar de Igatu (de onde nós tínhamos saído também) até o início da trilha, calculei que a dona da pousada tinha sim se enganado (e que teria sido melhor ter pegado a saída alternativa em direção a Mucugê).


Isso me deixou um pouquinho mais tenso porque significava a perda de mais meia hora disponíveis para realizar a trilha, aproximadamente. Mas pois bem, no pior dos casos - eu pensava comigo mesmo - era só tirar alguma cachoeira do roteiro: eram 3, então essa trilha tinha essa vantagem de, caso o tempo estivesse curto, tirar uma cachoeira da reta, no pior piooor dos casos visitar apenas 1, a primeira delas na trilha: A Cachoeira 3 Barras: e pra falar a verdade, de qualquer jeito, era essa, a das 3, a que eu estava botando mais fé de ser legal e bonita. É porque do que havíamos visto até então das paisagens ao redor, os rios pareciam secos, e eu sabia que a Cachoeira dos Cristais (segunda na linha da trilha) tinha uma baixa vazão de água, boas chances de ela estar completamente seca, assim como já tinha visto nesta foto (ver foto na seção "Decepção Potencial")


Faltando poucos quilômetros para chegar ao famigerado quilometro 191 (segundo o relato) passamos pela saída alternativa para Mucugê (aquela que deveríamos ter pegado mas que não pegamos porque a dona da pousada nos sugeriu a outra) e constatamos que teria sido muito melhor ter saído por ali mesmo - teria sido um atalho.


Aceitado o segundo atraso acumulado, fomos ainda tranquilos seguindo a estrada, mas aí foi faltando tipo uns 5km que me veio a segunda preocupação, que eu não tinha pensado nem planejado. Ao que parecia, aquela trilha ia começar assim, no meio da estrada, no meio do nada. Não tinha parque, não tinha entrada, era assim no meio do nada mesmo. E…. onde iriamos estacionar o carro??? Os Pobres não respondiam isso em seu relato, pois eles pegaram uma carona até o início da trilha, então ele não tinham tido que lidar com essa preocupação.


Dividi essa preocupação com Paulo e combinamos, então, que se não desse pra parar o carro ali, íamos seguir mais adiante até o Parque onde ficava a Cachoeira Andorinhas (um pouco mais adiante, perto de Mucugê). A grande questão é que o carro era alugado, então tínhamos que ter essa preocupação. Era meio tenso parar o carro no acostamento e deixá-lo ali.


Fomos acompanhando as plaquinhas azuis da estrada, o maior indicativo de onde é que se iniciaria a trilha. E então, quando chegamos na plaquinha 189km , fiquei de olhos abertos olhando para a lateral esquerda (contrária que a que estávamos indo) treinando os olhos para tentar detectar algum início de trilha. Assim que a plaquinha 191km chegou, fiquei de olho, pois segundo o relato a entrada da trilha ficava entre o quilometro 191 e 192. Fomos indo indo e indo até que….. UMA ENTRADA.


Tinha uma entrada de carro, ao lado de torres de celular. Só poderia ser ali. Era logo depois de uma curva, como dizia o relato, apesar de que não havia visto a placa azul depois da curva, como também dizia o relato. E também achei muito estranho que o narrador do relato não tivesse citado as torres tão evidentes ali na entrada da trilha. Eu imaginei que as torres deviam ter sido implantadas APÓS o relato, única explicação para que elas não tivessem sido citadas - afinal, uma referência tão chamativa para o início da tirlha assim, seria proibitivo não citá-las - pensei eu.


Pois bem, ao menos a preocupação de estacionar o carro estava resolvida, pois ao lado da casinha das torres, havia bastante lugar para parar o carro, atrás de arbustos, ficando o carro invisível a partir da estrada (evitando olhares de possíveis ladrões).


Eu rapidamente peguei o GPS e comecei a guiar o mais rápido que pude. Parecia ok, e então comecei a tentar achar onde a trilha se iniciava de fato. Já passava das 9h30min então eu estava um pouco afoito. Apressei o Paulo. Comecei a andar, mas não deu 10 metros e a trilha rareou e começou a ficar mato.


Como parecia estar tudo ok no GPS, eu prossegui do jeito que dava, fui dando os passos e quebrando o mato de qualquer jeito sem nem pestanejar, tendo a certeza que a trilha logo continuaria, afinal de contas, os Pobres tinham informado que o início da trilha era muito tranquilo, sem nem olhar direito onde eu pisava, mas então…..
-UMA COBRA, UMA COBRA!


Gritou Paulo. Eu nem dei muita atenção no início, afinal, ver cobras pequenas e inofensivas, que saem correndo é muitíssimo comum e eu estava muito acostumado a isso (Paulo, nem tanto). Mas não foi bem assim. Quando virei pra trás para vê-la Paulo disse:


-É uma cascavél!


Se ele tivesse dito que era uma coral, ou outra coisa, eu poderia achar que era a falsa coral, ou alguma não peçonhenta. Mas ela tinha cerca de 1 metro e tinha o inconfundível chocalho em sua cauda.


Eu estava a apenas UM METRO dela. Sério mesmo. UM METRO. E naquele momento eu não tinha nem como passar para frente sem dificuldades, pois havia mato a minha frente. Se eu tentasse correr, a cobra teria MUITO MAIS sucesso em me alcançar do que eu em fugir. Eu fiquei completamente paralisado: aquela era a segunda vez que eu me deparava com uma cobra peçonhenta de forma muito muito próxima em uma trilha. A primeira vez foi, coincidentemente, no primeiro relato deste blog, quando fomos à Cachoeira Farofa por cima. E esta foi a segunda. Eu confesso que caguei nas calças, enquanto Paulo repetia que era uma cascavél e que deveríamos sair dali IMEDIATAMENTE - fácil dizer pra você que consegue correr para o carro (pensei eu) - eu não conseguia correr em direção alguma, a não ser para o próprio lado da cobra - único disponível para eu correr.


Foi por essa razão que não movi nem um fio de cabelo e esperei a cobra dar o próximo passo. Era fato que se ela viesse em minha direção eu estaria completamente acuado e frito. Naquela hora pensei no que faria se fosse picado. Paulo teria que me levar pro hospital mais próximo, eu mal sabia se Mucugê ou Andaraí teria a melhor estrutura pra atender um recém picado na perna com muita, muita dor. Minha vida não passou na frente dos meus olhos em poucos segundos como diz a literatura que acontece quando você vê a morte de perto, mas acho que exatamente porque eu não esperava uma morte, mas esperava uma picada violenta, uma dor incalculável e o fim da nossa viagem ali mesmo, sem nem mesmo começar a primeira trilha. Seria insano e deprimente. Eu chutava que Andaraí teria uma estrutura melhor, qualquer coisa Paulo me levaria pra lá, a 40km dali mais ou menos. Será que 40km dava tempo de eu receber o soro? Será que ia ter o soro em Andaraí??


Esses pensamento todos foram muito rápidos, não demorou nem 10 segundos pra cobra sair de fininho bem lentamente pela lateral, muito respeitosamente, devo dizer, e ter poupado a minha vida, ou pelo menos a minha perna e a nossa viagem. Ela quebrou um galho pra mim, só isso. Ela tendo saído pela tangente, eu recuei prontamente voltamos para perto do carro. Os dois tremendo bastante.


Paulo comentou que não queria mais fazer trilha. Bem, tínhamos começado a viagem com o pé esquerdo, e bota esquerdo nisso! Ah, esqueci de contar que logo que saí do carro (antes de dar de frente com a cobra) percebi que a minha mochila estava toda molhada e melecada. Eu tinha deixado o shampoo no fundo, solto , e ele abriu e molhou tudo. Ok, nem fichinha frente à cascável respeitosa que a gente tinha acabado de se curvar - mas eu só queria incluir mais esse item no nosso pacote completo de azares para uma trilha que estávamos saboreando naquela difícil manhã.


Pra completar o pé-esquerdismo deste início de trilha, aquela cascavél não só tinha poupado a minha viagem como me fez respirar fundo e olhar novamente para o GPS. Quando eu olhei mais atentamente ao GPS eu percebi que a direção que eu estava tentando encontrar a trilha estava COMPLETAMENTE equivocada. COMPLETAMENTE. Foi a primeira vez que eu havia errado TANTO ASSIM na leitura do GPS. O que tinha ocorrido é que eu estava tão afoito em encontrar aquele início de trilha que eu fiz uma leitura totalmente errada, devido a um zoom-out muito grande para um necessário zoom-in requisitado para leitura de partes pontuais de trilhas (Essa, pelo menos, foi a conclusão que consegui chegar tentando achar uma justificativa para meu grosso erro). Enquanto eu comunicava isso (o grosseiro erro) ao Paulo que, por sua vez, não parava de falar da cascavél e da vontade de abortar o passeio, nos dirigíamos para dentro do carro pois eu havia informado que estávamos no lugar errado, simplesmente não era ali.


Enquanto falávamos emboladamente sobre a cascável e  sobre como o tempo estava passando, improvisamos rápida e confusamente a decisão de voltar alguns quilômetros na estrada a procura da entrada da trilha que tínhamos acabado de descobrir que não estávamos nela. Eu tinha certeza que SÓ poderia ser mais adiante, porque aquelas antenas estavam exatamente IMEDIATAMENTE após a plaquinha que demarcava o quilometro 191 da estrada, e isso estava tão bem refinado e claro no relato dos Pobres, que não poderiam estar errados, isto é, não poderia ser ANTES de onde estávamos, tinha que ser DEPOIS. Paulo sugeriu, então, de voltarmos até a plaquinha de 191 e olharmos com mais calma. A entrada deveria ser em outro lugar. Enquanto ele voltava, eu percebi como eu havia errado grosseiramente a minha leitura no GPS, eu não conseguia nem acreditar que eu tinha errado tanto assim dessa forma - pensava enquanto olhava para o GPS tentando entender esse meu erro.   Vi que enquanto Paulo dirigia de volta, aí sim estávamos nos aproximando do que eu havia desenhado no GPS. A questão é que o ponto inicial estava marcado ANTES da plaquinha de 191. Havia algo errado nessa história toda: ou o meu mapa, ou o relato: só não tinha como os 2 estarem certos.


Paulo então seguiu naquela reta entre o km 190 e 191, agora em direção a Andaraí , pra conseguir fazer uma manobra abaianada ali no meio da estrada para voltar novamente à direção correta, para Mucugê. Ele estava procurando um bom ponto para fazer a manobra, quando surgiu, bem lá trás, uma especie de entradinha de terra….


Estradinha de terra….. bati o olho no gps! PONTOS CONECTADOS. SÓ PODIA SER ALI , pensei, gritei e olhei para o GPS tudo ao mesmo tempo. Agoar sim, batia MUITO com o mapa que eu havia desenhado, mas definitivamente não estava batendo com o relato! Ali era o km 190 , e não o 191-192 como dizia o relato! Podem se perguntar que “porra diego, mas entre 190 e 191 não tem tanta diferença assim”. A questão é que o relato dizia que era EXATAMENTE entre o km191 e 192, então foi um pouco difícil aceitar que essa informação, tão precisa no relato, estava errada.


Eu decidi, dessa vez, confiar mais no meu mapa do que no relato, e paramos o carro ali. Novamente houve essa pequena sorte, havia um lugarzinho atrás de arbustos para parar o carro, e deixamos ele ali. Já passavam de 10h20min, eu já estava completamente atônito, sabendo que a gordura de erro para  trilha toda  já tinha ido pelo ralo, e que deveríamos fazer um tempo muito bom pra compensar o pacote completo de revezes vividos até ali - isso, contanto, é claro, que NADA MAIS desse errado dali pra frente - o que era altamente improvável, ainda mais depois de tudo que tinha acontecido até ali em tão pouco tempo!


A questão é que essa trilha, PELO MENOS, estava MUITO MELHOR do que a pseudo-trilha enganativa que tínhamos achado apenas 1km adiante, perto das torres-antenas. SÓ PODIA SER ALI. Realmente, apesar de a trilha começar no meio do NADA, só podia ser ali, tava com muita cara de trilha.


Apesar de minha aflição com o tempo, as minhas esperanças foram reavivadas. Paulo estava ainda impressionado com a Cascavél, eu confesso que eu também estava, e com medo, principalmente por não saber onde era o Hospital mais próximo - erro primário hein… Mas eu estava tão afoito para ter sucesso naquela trilha, que esse sentimento se sobrepunha ao terror de encontrar mais alguma cascável ou similar.


Além disso, havia outro algo que me ajudou a abstrair da cascável: agora, a ~nova~ trilha que íamos tentar não estava “mato”, estava era bem batida (assim como dizia o relato) e, então , aproximadamente as 10h30min, iniciamos, DE FATO, a trilha.


Eu tinha 2 trilhas desenhadas no GPS. Eu não estava EXATAMENTE em cima do que eu havia desenhado, mas a medida que fui andando, estava andando PARALELO as duas linhas, o que era um EXCELENTE SINAL. Sinal verde!


Só que….. com uns 50 metros de trilha, SÓ uns 50 (não deu nem pra ficar feliz por 10 segundos!!!!), chegamos em uma clareira de pedras. Sim, o terror das trilhas. Um dos piores cenários (talvez só perdendo pra uma floresta densa de samambaias) para quem não sabe por onde prosseguir. Eu tentei fazer o óbvio, tentei seguir reto, e até parecia ser, mas um pouquinho depois a trilha começou a rarear. E aí era foda, já estávamos sem tempo, e tínhamos fresco em nossa memória uma cascavelzinha que nos travava o cérebro. Isso impedia que eu saísse quebrando mato sem nem ver onde pisava. Eu até quebrava, mas em uma velocidade 5 vezes menor do que alguém que não viu uma cascável há só 15 minutos. Consultava o mato a frente 5 vezes antes de pisar. Isso impactava DEMAIS na procura pela continuação da trilha. Eu estava tão afoito, que comecei a andar em círculos e me perdi um pouco nessa clareira que nos tirou preciosos 10 minutos. Custei a voltar ao cenário de pedras inicial, achei incrível (incrivelmente desesperador) e foi uma das primeiras vezes que me vi dominado pela falta de razão no meio de uma trilha, eu senti claramente a razão sendo esmagada pelo desespero de não conseguir desenvolver a trilha. Eu não estava conseguindo raciocinar sobre as informações do GPS. Eu tinha consciência disso. Mas não conseguia sair desse labirinto.


Parei, respirei fundo e conseguimos, AO MENOS, voltar para a clareira de pedras original. Já passava das 10h40min e eu confesso que nessa hora eu já tinha desistido de fazer essa trilha. Eu já tinha aceitado o fracasso, e me contentaria em fazer a Andorinhas que era dentro de um parque, mais a frente…


É que calculei que ,depois de essa enxurrada de revezes, aliado ao fato de em apenas 50 metros a trilha tinha ficado confusa e sem indicativos bons de continuação, imagine o que viria pelos próximos 8km de trilha? Parecia simplesmente inimaginável acreditar que aquela trilha teria alguma chance de sucesso.


Foi aí que os ventos começaram a mudar seus rumos.


Os meus olhos estavam viciados no GPS na tentativa de continuar relativamente paralelo ao desenho que tinha feito. Já, Paulo, me vendo rodar como uma barata tonta, aumentou seu escopo de busca, algo que por vezes só quem está livre do escravizador GPS consegue ter e tentou procurar alguma direção ou alguma coisa que nos indicasse uma continuação. Bendita experiência com a expedição de Fumaça do ano anterior, Paulo tinha seus olhos treinados para um indicativo de trilha que reaviva a alma quando é visto. Depois desses 15 minutos de rodeio sem sucesso, devo dizer, ESTRESSANTES MESMO, Paulo achou a primeira coisa boa dessa trilha até o momento: UMA SETA.


-Uma seta! Uma seta!


Muito melhor ouvir esse grito do que ouvir o grito de “uma cascável!” não é?


A seta estava na outra ponta da clareira, não era intuitivo. E a seta só existia para a SAÍDA da clareira, mas não tinha uma seta no inicio da clareira. Se pelo meno soubéssemos desde o início que a trilha tinha setas marcadas nas pedras, teria sido mais fácil e rápido. Mas bem… apesar disso tudo , de todos os revezes, isso NOVAMENTE reacendeu as esperanças.


Eram 10h40min, ainda dava tempo, se a trilha estivesse  minimamente sinalizada com essas setas, de PELO MENOS conhecer a Cachoeira 3 Barras (apesar de que as outras 2 estariam bem próximas da 3 Barras).


Assim que entramos na trilha depois dessa clareira, ligamos o motor a jato e praticamente não tivemos mais nenhuma dúvida de trilha. Parecia simplesmente inacreditável que depois do pior e mais azarado início de trilha de TODOS OS TEMPOS na história da minha vida trilheira, que fossemos conseguir chegar a algum destino bom. Antes de chegar ao rio, a clareira dos 50m iniciais foi a parte mais difícil da trilha .Andamos em um ritmo MUITO BOM, seguindo direto, quase sempre relativamente retos em direção ao rio. Nem paramos para nada, nem no mirante (11h17min passamos por ele). 


Depois de um hiato de algumas horas muito tensas SEM fotos, nossa primeira foto na trilha
Mirante


Só damos uma leve respirada quando chegamos no rio. (11h34min chegamos no leito do rio, pela primeira vez - são varias passagens por ele)


Quando chegamos no rio, consultei mais uma vez o relato d’os Pobres, e ele dizia que devíamos atravessar o rio. Aqui, a trilha começa a ficar um pouco confusa devido a algumas travessias do rio. De forma grosseira, é só seguir o leito do rio, porém, não é um leito tão trivial de se seguir.


Gastamos uns 5 minutos pra entender por onde deveríamos prosseguir, pois o leito do rio era bem largo e aberto, difícil de enxergar alguma seta que nos conduzisse à “saída”.  Depois de muitas suposições, acabei encontrando, dessa vez pelo lado mais intuitivo possível, a saída. Era só seguir reto , perpendicularmente ao rio, e continuar pelo outro lado.


Foto da primeira passagem pelo leito do rio
Rio bem largo nessa porção. É só seguir direto e reto perpendicularmente ao rio que a trilha continua do outro lado



A trilha continua de boa por alguns metros, mas logo depois chega-se ao leito do rio novamente e essa parte no rio é um tanto confusa. O que acontece é que aqui ocorre um encontro de dois rios que deixa a navegação bastante complicada pra quem não tiver noção de onde está. Não sei precisar muito bem como encontramos por onde continuar. Eu me guiei pelo desenho do GPS e deu mais ou menos certo. Achamos onde atravessar o rio e continuamos pela margem direita dele.


Me lembro que o relato falava que iriamos ver uma ponte de tronco, rústica, mas não vimos essa ponte, o que deixou essa parte um pouco complicada.
Aspecto da trilha depois que ela se encontra com o leito do rio
É a parte final até chegar na Cachoeira 3 Barras (primeira cachoeira do passeio)



Após a travessia desse encontro de rios, passando para o lado direito chegamos, não muito tempo depois, sem mais nenhum contratempo (acho que a cota de contratempos já tinha vencido há muito!) à Cachoeira 3 Barras. (Chegamos aqui às 12h30min).


Cachoeira das 3 Barras
Cachoeira alta e impactante com local de platéia bem aberta, com várias pedras pra se vislumbrar.
Poço tranquilo de entrar com várias vias de acesso. Além do mais possui boas pedras pra se pular na lateral esquerda. Dá pra subir pelas pedras (com leve escalada) e chegar até a metade da altura da queda sem muita dificuldade (mas com alguma cautela). Poço bem fundo e agradável.

Altura: 27m
Tamanho do Poço: 40mx40m
Profundidade do Poço: Muito fundo!
Pulabilidade no Poço: Boa!
Nadabilidade: Excelente
Poço grande e fundo
Ficabilidade debaixo da queda: Boa
Ficabilidade no Local: Excelente!
Muitas pedras e locais pra se ficar na cachoeira.
Capacidade de pessoas (estimativa)
A cachoeira e local são grandes. Comporta tranquilo umas 15  a 20 pessoas com comodidade.
Cachoeira 3 Barras

Cachoeira 3 Barras
Curtindo uma paradinha rapidinho antes de seguir para a Cristais!

Desvendando a platéia da cachoeira

Um zoom na queda em seu começo
A vazão estava média pra baixa, mas muito agradável e imponente.

Cachoeira 3 Barras





Como, apesar de todos os contratempos e o universo conspirando totalmente contra o nosso passeio, conseguimos chegar em um excelente tempo na primeira queda, ainda conseguiríamos facilmente chegar pelo menos na segunda cachoeira: a Cachoeira dos Cristais. Foi por isso que ficamos apenas 20 minutos em 3 Barras. O meu plano era, chegar em Cristais e se não estivesse muito bom lá, ou mesmo se não estivéssemos conseguindo chegar nela, bastaria voltar e curtir a Cachoeira 3 Barras que já estava de excelente tamanho!






Cachoeira 3 Barras - encarando o gelado poço

Ela (Obs: note um ser humano chegando nela)

Cachoeira 3 Barras com referência humana (procure na foto)

Cachoeira 3 Barras (humano na foto)

Andando na lateral da cachoeira - muito agradável

Cachoeira 3 Barras
Chengando até a metade da altura dela, escalaminhando um pouco





Fizemos um merecido lanche rápido. Confesso que estávamos um pouco abatidos, ainda, devido a todos os problemas que tínhamos enfrentado até então. A dose de estresse foi significativa até ali. Mesmo com o sucesso das ultimas 2 horas, ainda nos encontrávamos um pouco “mais ou menos”, mas, seguindo a pequena maré de sorte, prosseguimos subindo.


Fomos pela direita, como mandava o roteiro d’os Pobres e, dessa vez, nesta segunda parte da triha, o relato estava fiel ao que a trilha apresentava. Subimos pela direita, pelas pedras, encontrando a cachoeira seca, subindo e continuando pela direita como dizia exatamente o relato.
Aspecto da trilha entre 3 Barras e Cristais (comecinho desse trecho)



Depois dessa subida devagar, existe uma trilha sobre pedras bem marcada, que não causa dúvidas e que segue tranquila até a Cachoeira dos Cristais. Chegamos na Cachoeira dos Cristais sem maiores problemas aproximadamente às 13h40min.  


Cachoeira dos Cristais
Cachoeira bonita e diferente. A queda cai em degraus quadrados, vários, até chegar no poço. Apesar disso, o local é excelente e dá fotos muito bonitas. Muito bom de se ficar.

Altura: ~24m
Tamanho do Poço: 25mx15m
Profundidade do Poço: Muito fundo!
Pulabilidade no Poço: Boa . Poço tem profundidade e tem algumas pedras pra se pular
Nadabilidade: Boa
A vazão de água é pequena o que deixa o poço com um pouco de "espuma". Não é uma espuma desagradável, mas deixa o poço com a água meio "parada" o que causa um pouquinho de repulsa pra se nadar.
Ficabilidade debaixo da queda: Excelente!
Muito gostoso de se ficar ao lado e debaixo da queda em várias pedras agradáveis pra se curtir a queda.
Ficabilidade no Local: Muito boa!
Cachoeira aberta com várias pedras pra se ficar.
Capacidade de pessoas (estimativa): cerca de 15 pessoas





O nosso tempo estava muito bom, mas não o suficiente para continuar o caminho. Nós decidimos, àquela altura do campeonato, abrir mão da Cachoeira da Fenda (apesar que pela foto parece ser muito bonita, dentro de cânion, uma versão miniatura da Fumacinha) mas se decidíssemos ir atrás dela, não iriamos curtir o poço de nenhuma delas. Não era um perde-ganha lucrativo. Melhor era abrir mão de uma delas, mas curtir o poço das duas conquistadas até então.


Cachoeira dos Cristais

Poço da Cachoeira dos Cristais

Poço da Cachoeira dos Cristais

Paredão peculiar da Cachoeira dos Cristais

Poço e Paredão da Cachoeira dos Cristais

Pegando só a queda da Cacahoeira dos Cristais



Abrindo mão da Cachoeira da Fenda, curtimos por cerca de 1h a Cachoeira dos Cristais, explorando cada canto de seu ao redor e depois voltando para a Cachoeira 3 Barras e curtindo mais cerca de 40 min por ali também.


Paredão e Poço

Pegando parte da queda vendo ela pela direita

Foto do poço, tirada desde a queda, andando nos degruas dela.
Com referência humana.
Note o poço meio "paradão" dando um aspecto peculiar a ele

Foto do poço da Cachoeira Cristais

Poço da Cachoeira Cristais -
detalhe para a caverna misteriosa do Monstro Monstruoso que mora escondido lá

Cachoeira dos Cristais - foto coladinha nela

Cachoeira vista pela esquerda. Muito agradável ficar do lado dela

É possível pagar os pecados na cachoeira


Poço - preparando pra entrar

Dentro do poço

Curtindo o poço

Caverna do Mostro Monstruoso



Acabamos nos atrasando na volta, devido a agradabilidade do poço de 3 Barras, muito aconchegante e gostoso, tiramos muitas fotos. Nos últimos minutos nos empolgamos tanto tirando fotos e nadando no poço que estouramos o tempo disponível que tínhamos calculado. Já passavam das 16h, não havia muito mais tempo de manobra disponivel. Acabamos nos atrasando e saindo aproximadamente as 16h30min. Precisávamos fazer um bom tempo na volta também, para não terminarmos no escuro.


A minha maior preocupação na volta era apenas conseguir atravessar a última travessia do rio, aquela mais larga. Passado isso, a trilha era bem mais tranquila, apesar que não veríamos as setas que nos ajudaram em alguns momentos na ida.


Toda vez que encontrávamos uma clareira ou um local onde a passagem não era óbvia , Paulo tornou-se o “Gerenciador de Setas” oficial da dupla, e, enquanto eu direcionava o lugar correto fazendo o trackback do GPS, ele marcava setas indicativas ainda inexistentes na trilha. Deixamos a trilha melhor sinalizada, apesar de que são sinais nas pedras, que desaparecem com o tempo, mas calculo que Paulo deve ter desenhado cerca de 15 novas setas, principalmente após a última travessia do rio (na volta).


Apertamos o passo e voltamos bem.  Passamos pela ultima passagem do rio por volta de 17h, ainda com bastante luz do dia. Quando alcançamos o mirante era algo perto de 17h20min e começamos a nos preocupar com a luz do dia, apesar que  ainda tínhamos uns 40minutos de luz. Apertamos ainda mais o passo, já quase nos esquecendo de coisas como.. “cascavéis”. Nada perto do terror matinal aconteceu agora na volta, mas lá pelas tantas, no finalzinho da trilha, passo batido por mais uma cobra, toda enroladinha e marrom bem no meio da trilha.


Não era tão grande como a cascável da manhã, e nem deu pra ver se era peçonhenta, mas tinha um tamanho considerável e estava fácil de pisar nela. Paulo me alertou novamente, uma vez que depois que eu passei a cobra se moveu e se desenrolou um pouco. Paulo contornou a cobra e continuamos, agora quase já sem luz, redobrando os cuidados pra ver onde pisávamos.


Faltando cerca de 600m pra chegar, eu calculei errado no GPS e achei que faltavam apenas 200m, falando para Paulo que chegaríamos ainda com luz do dia, isso já era próximo de 17h40min. Havia luz, mas uma luz de soslaio, que não permitia mais “ver por onde se anda” : cobras marrons são quase invisíveis a essa luz do dia se você está a um passo rápido - o nosso caso.


Depois de 5 minutos eu percebi meu novo erro no GPS, e vi que ainda faltavam, na verdade, 400 metros. Os últimos 200 metros foram feitos com a minha pequena lanterna de testa e o Paulo usando a lanterna de dínamo. Apesar da escuridão iminente, terminamos a trilha tranquilos. Terminar a trilha no escuro não foi nem cosquinha pra tudo que tínhamos passado nas primeiras horas do dia.


O carro estava nos aguardando pra nos levar para o nosso próximo destino: A cidade de Ibicoara. Nós merecíamos um dia de “descanso” em Buracão, depois dessa trilha que posso considerar a mais estressante da minha história de trilheiro.


Com toda a certeza esta trilha foi um marco no currículo deste blog, um desafio, com muito aprendizado, muito estresse, mas com duas cachoeiras incluídas no currículo que seriam dignas de um troféu com muito esmero.


Eu preciso deixar aqui um Agradecimento especial ao Paulo por ter suportado os meus momentos muito ranzinzas durante as 2 primeiras horas deste inesquecível dia e agradecer por ter tornado possível o sucesso da trilha, pois sem ele eu não teria enxergado as setas que foram responsáveis pelo desenvolvimento da trilha nos 50 metros iniciais - o momento mais crítico desta trilha. Também foi ele o responsável, ainda que sem querer, por encontrar a estradinha de terra inicial da trilha que nos reacendeu as esperanças no início da manhã, descoberta essa que parece ter reavivado das cinzas algo que uma cascável educada e tranquila quase matou.


Esta trilha , sem sombras de dúvidas, fica marcada para todo o sempre.


Junho de 2015

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