Atrações desta travessia :
*Glaciares do ex-vulcão "El Tronador".
*neve.
*Paisagens Altas.
*Pico
*Dificuldade : Média.
Breve descrição:
Esta trilha é uma subida constante sobre o Monte El Tronador. Começa com uma subida leve, e que continua assim por um longo tempo, por sobre bosques e alguns poucos pontos de água.
Mais para o final a subida fica mais inclinada e onde a vegetação começa a terminar. Nesse ponto já é possível ver o primeiro Glaciar do Monte e uma bela vista de Pampa Linda, a paragem que fica lá embaixo.
Os últimos 2km continuam em subida razoável até que se chegue ao Refúgio. É possível ir e voltar no mesmo dia, mas uma vez que há um refúgio lá em cima, vale a pena ficar por lá e curtir o por do sol.
Se essa for a decisão, também é possível, continuar subindo o monte (sobre a neve) e ter vistas sensacionais a cerca de 2300 metros de altura. OBS: Subir a parte de neve é arriscado. Cuidado com as fendas do glaciar que podem ser traiçoeiras e fatais!
Logística:
O passeio começa - tradicionalmente - em Pampa Linda. É um espaço dentro do Parque Nacional Nahuel Uapi onde existem pousadas, campings e restaurantes. O mais comum é pagar uma van par deixá-lo nesse lugar, partindo desde o centro de Bariloche. A viagem de Bariloche até Pampa Linda demora cerca de 2 horas (sendo cerca de 1h20min dentro do parque - estrada de terra).
Parando em Pampa Linda você está no início da trilha, muito bem sinalizada.
As vans costumam sair entre 8h e 9h de Bariloche, então a trilha você iniciará perto das 11h.
A subida pode ser feita entre 4h e 6h. (nós fizemos em 4h) num ritmo bom com apenas 3 paradas.
Lá no topo, curta a paisagem, fique no refúgio ou escale um pouco do glaciar (sabendo que há riscos).
No segundo dia saia tranquilo do refúgio: a descida dura no mínimo o mesmo tanto que a subida (nós demoramos na descida 4h também) mas pra quem sobe em até 6h, gastará apenas 4h na descida.
Se tiver um dinheirinho extra, coma a janta do Refúgio, que é bem servida e com um gostinho especial de estar lá em cima quentinho. Aproveite e tome um vinho!
O café da manhã, apesar de bom, recomendamos levar o seu próprio, pois o café é carinho mas simples - dá pra levar na mochila e não gastar essa parte.
As vans costumam voltar pra Bariloche saindo de Pampa Linda as 17h, dá tempo de almoçar em algum lugarzinho la embaixo e voltar tranquilo pra cidade.
Obs: se estiver de carro, saiba que existem horários marcados para pegar uma mão ou outra nas estradas dentro do parque.
Atualmente os horários para o Cerro Tronador são:
*Horários:
Ida (Entrada do parque até Pampa Linda (mão única):
de 10:30 a 14:00 hs.
Volta (Pampa Linda até saíd do parque) (maão única):
de 16:00 a 18:00 hs.
Mão dupla:
de 19:30 a 09:00 hs.
*Distâncias
Bariloche até Pampa Linda - 77km (estrada)
Pampa Linda - Refúgio : 11,9km (trilha sinalizada)
Refúgio - quase cume do Monte : 5,67km (trilha na neve)
Trilha até o rio paralelo : 1,09km (trilha sinalizada)
*Preços:
Transporte de Bariloche até Pampa Linda (valor de ida e volta) : R$ entre R$40,00 e R$50,00 (obrigatório).
Entrada no Parque Nacional Nahuel Uapi : R$25,00 (para estrangeiros). R%5,00 (para argentinos). (obrigatório)
Pernoite no refúgio (não é necessário levar saco de dormir): R$30,00 (opcional - você pode levar sua barraca).
Janta no refúgio : entre R$22,00 e R$30,00. Cardápio com opção de carne ou massa e uma bebida. (opcional - pode-se usar a cozinha do local, pagando-se uma taxa menor).
Café da manhã no refúgio : R$15,00 , inclui torradas com geléia e/ou manteiga e um copão de café com leite (opcional - vale a pena levar o próprio).
Sugestão :
Dia 1:
Bariloche - Pampa Linda - Refúgio - Quase cume do monte
Dia 2 - Refúgio - Pampa Linda - Bariloche
Relato
Trona Trona Tronador
Fui dormir relativamente cedo, e estava bem ansioso pelo passeio.Comprei minha passagem até a base do Tronador (para isso é preciso entrar no parque). Dormi pouco, pella ansiedade do passeio - estado normal que fico para trekkings dos bons ^^.
As 6 da manhã em ponto, quando o Martin entrava no quarto voltando da balada eu tava levantando, já com meu mochilão todo pronto e a mochila de ataque também. É que esse trekking é mais comumente feito em dois dias : no primeiro você sobe a montanha e chega em um refúgio (casa lá em cima), dorme lá, e no segundo dia desce.
Então eu não ia pagar o hostel só pra deixar a minha mochila. Levei tudo (deixei o mochilão na base).
O ônibus tava cheio. Uma boa distância do centro até o ponto de início da trilha: 2h30min de viagem.
O ônibus nos deixou em Pampa Linda, uma planície, de fato, bonita, com flores e com uma bela visão do Cerro Tronador. O Cerro chega a 3493 metros de altura, altura das boas e que faz com que a neve seja eterna por lá. No Club Andino me falaram que era sem dúvida o passeio (dos trekkings famosos por ali) que mais me impressionariam.
Ao entrar no parque, tem-se de pagar mais uma taxa (bem salgadinha para os estrangeiros - assim como foi em Ushuaia) e logo depois faz-se o registro no parque, informando o "guardaparques" o que você deseja fazer no seu trekking, informar o que equipamento que está levando e que dia vai voltar.
Impressiona que exista tanta gente "boa" no negócio de trekking. MOCHILOES ao infinito. Muita gente levando mochilão pesado pra cima das montanhas, passando dias por lá - e eu, um mero iniciante =P
La na hora de fazer o registro, ouvi um cara meio doido insistindo pros guardas que ele queria ir para o "Refúgio Viejo" - um dos refúgios para o Cerro Tronador, mas que atualmente não oferece serviços (isto é, ninguém fica lá pra te receber) - ao que se dá o nome de Vivac. (Vivac = refúgio "inativo"). Isto é, trata-se apenas de uma casinha de madeira pra se vocÊ se proteger do frio, mas sem nada la dentro.
Os guardaparques faziam burla do cara entre si, como ridicularizando-o porque ele estava insistindo em ir, sem o equipamento necessário, como bolsa de dormir e fogareiro.
From El Tronador - Bariloche - Argentina |
Mas o cara insistia. Aí que pensei:
"Esse é dos meus" hoh.
Eu nem sabia da existência desse outro refúgio, pra falar a verdade (tem tantos detalhes e nova trilhas aparecem quando a gente começa a fazer alguma que parece não ter fim). É como começar a conhecer um assunto e perceber a possibilidade que ele seja infinito.
Não. Calma. Nós não fomos nesse refúgio - nem era essa minha intenção. Eu tenho certa experiência com trekkings, o que inclui o bom senso. E nunca tinha realizado um trekking de + de 1 dia em áreas temperadas, com direito a neve. Seria loucura da minha parte arriscar fazer algo "contra a lei" nese tipo de contexto novo para mim.
Mas eu disse "ese cara é dos meus". Ele estava indo pra não sei onde enquanto eu ia la acomodar meu mochilão num restaurante lá (deixei ele lá pra começar a minha trilha - iria só com o mochilão de ataque). E acabei esbarrando com o cara. Ele começou a me explicar a situação em inglês (e os guarda parques falavam apena um inglês bem porco - mais que o meu). ENtão eu entendi que ele não tinha entendido o porquê de não deix-alo ir. Expliquei que seria arriscado ele fazer aquilo, sendo que ele também não conhecia a região.
Ele ficou meio transtornado, mas aceitou. Depois ele sumiu e eu então iniciei a minha trilha sozinho. Algumas pessoas estavam subindo, outras estavam indo fazer outro trekking (descobri que tinha outros milhões la dentro, que eu ainda não conhecia). O Parque Nahuel Uapi é uma surpresa (como já era de se esperar).
A trilha para o Tronador possui uma distância - se a partir de Pampa Linda (uma das possibilidades) de 14km. Não é tanto. Por outro lado, a diferença de nível do início é bastante considerável (aí está a parte difícil).
De qualquer forma, eu não achei que isso seria um problema (acho que ia tirar de letra).
Uma das coisas que o guardaparque me perguntou se eu levava era um repelente (respondei sim só pra ele não me encher o saco) e achei que seria uma super frescura. O castigo vem rápido nessas horas.
Nos primeiros DUZENDO METROS de trilha, acredito, um micro enxame de moscas BEM CHATAS começou a ficar me rodeando. A princípio eu pensei que eu devia estar sujo demais, mas depois vi que isso acontecia com outras pessoas também, então fiquei aliviado. rs. O repelente não era frescura - fato.
Foi bem desagradável aguentar aquelas moscas durante boa parte do caminho (depois você acba acostumand - mas é complicado. vc tem que ficar abanando toda hora pra elas não te picarem - porque DÓI!).
Então já nesse começo eu vi o cara doido um pouco atrás também espantando as moscas. Resolvi tomar a iniciativa e puxei papo com ele , se ele tinha finalmente aceitado em ir para o Refúgio Otto Meiling - o mais famoso da região.
Ele respondeu que sim. Percebi que ele não era muito aberto pra conversação, mas fui conversando numa boa e assim começamos a andar juntos. Ele era do Canadá, o Mike.
Ele não falava espanhol, mas gostava que eu falasse em espahol e depois traduzisse pra inglês pra ele ir aprendendo um pouquinho também (claro que no inglês eu apanhava bastante mais). A gente conseguia se comunicar razoavelmente bem.
From El Tronador - Bariloche - Argentina |
Confesso que foi agradável ir com companhia - coisa que nunca tinha feito em um mochilão. O que ocorre é que eu tneho medo de fazer amizades e levá-las aos trekkings, sendo que talvez a pessoa não tenha a experiência necessária (e amarelar no meio do caminho - aí seria um saco). Então nesse ponto dei sorte, porque o Mike também parecia bem aventurado nessas idas de trekking.
Então fomos nos dando bastante bem. Perguntando trilhões de coisas de "como é no brasil" e "como é no canadá". Foi divertido.
Fizemos os XXX km numa boassa, muito rápidos e paramos um pouco num ponto para descanso cheio de sombra. Mas cheio de MUITAS moscas também. Não dava pra ficar parado, isso era fato. Ficamos só o tempo de comer alguma coisinha e seguimos.
Ponte ao início da trilha - logo após sair de Pampa Linda
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HAvia a parte dos "caracoles" - nome que deram ao pedaço da trilha para os "zig-zags". Essa é a parte mais dura da trilha, onde o aclive é bastante acentuado. Mas indo numa boa sem correr, vai-se tranquilo.
Caracoles - malditos caracoles
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Exatamente após o fim dos "caracoles" chega-se ao "Descanso de los Caballos". Um pequeno valezinho gramado bonito, fim da linha para os cavalos que chegam até ali (não sei como). Porque a partir daí só a pé mesmo. Desse ponto já tinha-se uma visão impactante do Monte, sendo que era possível ver algumas quedas bem altas. Uma delas a Garganta del Diablo. Quedas todas provenientes do degelo dos glaciares.
Fim dos caracoles - Vista de Pampa Linda, quase no topo do primeiro Glaciar
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Após isso começamos a parte final da trilha: até que não tão pesada, mas sem vegetação nenhuma, sob o sol sempre. Esse pedaço da trilha você se sente meio como num filme - naqueles cenários onde o fim do mundo ocorreu. É que só há pedras e mais nada, e um silêncio descomunal. Mesmo se vc chuta uma pedrinha, o som é dissipado tão rapidamente que o silêncio parece ser emergencial de acontecer. É muito doido.
De repente começam alguns pontinhos de neve. Na verdade, o que Mike e eu batizamos de icesnow. Porque num é nem gelo e nem neve. É no meio do caminho. De repente, láaaaa no longe, a gente avista uma casinha pequitinha : era o refúgio. Muito doida a visão de uma casa isolado no meio do nada em um lugar tão alto.
Garganta del Diablo - A Cachoeira de Neve
Note o momento exato da queda de um grande pedaço do Glaciar
(Neve caindo pela queda)
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Fim do flagra de uma parte do glaciar caindo
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Essas cachoeiras são bem altas. EU não medi a altura, mas estimei cerca de 70 metros. Não há poço la embaixo, mas a queda é muito linda de se apreciar.
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Ultima parte da subida - muitas pedras e começo da neve
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Cordilheira dos Andes - neve, pedras e altura
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Continuamos tranquilos e chegamos lá no topo as 15:30 (tinhamos começado mais ou menos as 11:30). Um excelente tempo então, já que o esperado era de 5 a 7 horas.
Chegamos lá e um cara com um nariz de palhaço nos esperava: Primeira coisa que ele disse é que não tinha lugar, mas era um palhaço, veja lá. Lá em cima tinha 3 casinhas: uma é a casinha do pessoal que "mora" lá em cima, outra é um depósito de comida e coisas essenciais pra se viver e a terceira um pouquinho (mas não muito maior) é o refúgio.
É uma casinha beeem velha, forrada com chapas fortes de ferro e feita de madeira. Já ventava um pouquinho, mas lá dentro do refúgio era super quentinho. Entramos, perguntamos tudo como era e depois fomos passear.
Parte anterior da queda Garganta del Diablo - neve na fila pra desaguar
Não dá pra pisar aí não hein!
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Lado esquerdo (de quem vai) do glaciar (esse é o segundo!) - mais alto um pouco
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A foto a seguir é na altura do Refúgio.
Na altura do Refúgio
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Notem o refúgio la embaixo - aqui, inicioda subida na neve
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Como não nos contentavamos com pouco (que ja era muito! heauh) continuamos subindo o monte até onde desse. Logo depois do refúgio a neve neve de fato começou a aparecer. A principio achei que seria meio impossível escalar o monte pela neve, mas treinamos alguns passos e funcionou. Além do mais, havia marcas de passos que subiam, o que nos ajudou um pouco.
Primeira fenda encontrada no caminho - perigo de morte (é sério!)
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Deserto de neve - até as 19h é calor, depois começa a esfriar. Atenção, leve tênis impermeável!
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Sempre parecia que o pico estava próximo, mas nunca chegavamos lá. Continuamos subindo até que em um dado momento meu pé afundou, sei lá, algo como 20 cm. Eu disse "ops".
Aí nós demos uma olhada no porque disso, e vimos que havia uma fenda no exato lugar onde eu estava pisando : *MEDO*.
Subindo bem aos pouquinhos
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Do lado esquerdo, o pico (uns 3100 metros de altura)
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Parecia bem rasinho onde estávamps indo, mas aquela fenda mostrou que onde estávamos pisando era bem, beeem fundo. Depois olhamos mais em volta e enxergamos várias fendas bem horrorosa pela neve (olhem as fotos).
Maior fenda que encontramos - Passe longe!
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Deu uma certa adrenalina seguir andando por lá. A nossa garantia era seguir os passos dos que tinham andado ali ha pouco (não vimos quem).
Em certo momento decidimos virar para a direita (em direção ao Chile) porque uma horripilante fenda um pouco acima nos meteu medo.
"Let's go".
E eu:
"You're crazy. We can't!"
Mas ele já estava descendo. Puerra, pudera! Ele é praticante de "aquele esporte de esqui com skate" (esqueci o nome), então ele foi quase que esquiando. Eu pensei
"carai.. fudió. vou ter que ir".
Comecei a descer, foi bem teenso, hehehehhe. Não dava pra ir sem a ajuda das mãos, como consequencia, não dava pra ir sem queimar a mão no gelo. Foi foda.
Mas chegamos até uma parte bem rochosa, onde dava pra ver outro glaciar (depois fui a descobrir que o Monte Tronador tem 7 glaciares). Vimos 3 deles então =D
O que estavamos fazendo na verdade era a trilha (mais perigosa) para o Refugio Viejo. O Mike queria que queria ver o tal refúgio. Mas ele devia estar exatamente atrás do monte que estavamos tentando circundar.
Ponto mais alto que alcançamos - Visão para o CHile, isso aí (estávamos a apenas 300 metros da divisa)
From El Tronador - Bariloche - Argentina
Chegou um ponto em que agora sim, era hora de voltar. TOda a trilha ficava bem perigosa, com fendas demais e não havia mais pegadas pra nos nortear. Ele quis continuar por um lado que supos chegar ao refugio que estávamos , por um atalho. Mas eu achei que não, e lhe disse que preferia voltar, porque se errassemos , ja ia começar a ficar bem tarde (já eram 18h). A partir das 20h ainda tem sol, mas ele não esquenta mais, e isso seria algo necessário pra nossos tenis não impermeaveis que já estavam começando a ficar encharcados (E GELADOS) por conta da neve.
Neve de verdade - e no verão
From El Tronador - Bariloche - Argentina
Ele continuou e eu voltei meu caminho, tranquilo, mas olhando aquelas fendas e falando "que loucura", ehauh.
Cheguei lá pelas 19:30, com muito sol ainda, mas com um vento já bem forte. O Mike, acabou voltando pelo mesmo caminho, mas bem depois , lá pelas 20:30, hora da janta!
Você pode levar a sua propria comida ou pedir uma janta la em cima. Ok, é caro sim, mas é tao bom, heheheh. Eu pedi a minha , uns raviolis gostosos (era o prato mais barato) e muita gente também pediu. A cozinha era pequena pra todos nós la no alto, então tivemos que fazer um rodízio de cozinha. Eu não via a hora de comer a minha jantinha, que fizemos lá pelas 21:30.
E especial estar no alto de uma montanha gelada, dentro de uma casa quentinha, com todo mundo junto. Foi muito doido^^
La na hora da janta acabamos conhecendo o Juan, argentino. Ele também tinha subido sozinho, e nos divertimos um bocado conversando, eu Juan e Mike.
Depois, eu resolvi sair um pouquinho ver o restinho do sol no dia (as 22:30 ainda há resquicios de sol no céu). Vou dizer com todas as letras: que é indescritível sentar e apreciar um glaciar ao por do sol. A imensidão, o silêncio e a beleza ao mesmo tempo são tão grandes que não tem como sentir algo especial. Fiquei lá perto de umas meia hora, só apreciando.
Quando olhei pra trás, eu era quase um dos últimos a entrar no refúgio - nessa hora eu já estava trajando minha campera da patagonia, bem pesada e forte praquela situação. O vento nessa hora é bem forte e frio demais. Quase rasga.
Cachoeira ao lado do Refúgio - essa da pra chegar pertinho! (quase na base dela) . Mas não vá perto, pois deslizamento de neve não é incomum.
From El Tronador - Bariloche - Argentina |
Hora de dormir, mais uma experiênca única: Adivinha como é? Todo mundo pro segundo andar do refúgio, botam-se os colchões que o próprio refúgio disponibiliza e dorme-se.
Esse é o refúgio - com pouca eletrcidade (mas ainda assim tem) , comida e abrigo bem quentinho
From El Tronador - Bariloche - Argentina |
Não há reservas, e não há numero limitado de pessoas pra subir também. Ou seja, pode dar o super azar de subirem 3000 pessoas, e todas vão se amontoar la dentro de alguma forma.
No nosso caso, em tal dia, o numero mágico foi de 57 pessoas, o que nos deu 3 colchões para 4 pessoas ou 0,75 colchão por pessoa.
Comedor do Refúgio - aconchegante cheio de gente :)
From El Tronador - Bariloche - Argentina |
Isso mesmo: em dado momento eles chamam todo mundo la em cima e começam a ditar em qual colchão (ou fração dele) você vai dormir. Os caras deixam os conhecidos juntos e colocam os velhinhos próximos da porta, em um local que não precisem passar por cima de 50 cabeças (literalmente) pra sair e ir ao banheiro, por exemplo.
E assim foi, eu peguei um lugar bom e acabou que fiquei quase com um colchão inteiro (porque o cara do meu lado nem usou muito o resto da fração do meu colchão). (eu por sorte peguei os 0,75 colchão todos em um colchão só).
Sim - dorme-se aqui!
From El Tronador - Bariloche - Argentina |
Demorou umas 2 horas pra todos irem subindo e se ajeitando no colchão, isso sim. Mas foi divertidíssimo. La pras 1 da manhã acho que tudo silenciou e dava pra ouvir só o vento estrondoso lá fora, batendo nas tralhas de ferro, que impediam que o frio entrasse no refúgio.
Ok.. é claro que não é uma noite de muita qualidade e, ainda mais, quando alguma pessoa ou duas, decidem fazer barulho, não, não se dorme muito bem, mas.... o que vale é a experiência.
E assim dormimos... :)
Vídeos:
Mapa:
Visualizar R.Ar.Bariloche.Parque Nacional Nahuel Uapi.El Tronador em um mapa maior
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