Trekking Catedral - Jakob - Refugio Jakob
(Atração Internacional)
Duração : 2 dias.
Dificuldade : média
Distância total da trilha : 22,8km
Distância total da trilha : 22,8km
Atrações
- Visão de montanha
- Refúgio
- Lago
- 2 pequenas cachoeiras
- Passeio em aerosillas
Local: Bariloche, Rio Negro, Argentina
Logística
Importante: Para esta trilha, é necessário que você combine a sua volta previamente. O fim da trilha termina em um local onde não passam ônibus comuns, então você precisa pagar uma van que te pega no fim da trilha e te leva de volta a cidade de Bariloche.
Dia 1
Partindo do pressuposto que você se encontra em Bariloche, você começa a jornada pegando um ônibus comum para o Cerro Catedral. Infelizmente me esqueci o nome dele, mas basta perguntar no Club Andino, que sempre tem informações confiáveis. (O Club Andino fica no centro da cidade, fácil de encontrar).
O preço do ônibus foi algo como 8 pesos (4 reais, ou coisa parecida).
Você desce no ponto final, sem erro. Lá, você encontrará facilmente a entrada para subir para as aerosillas. Você deve comprar o ticket somente de ida (você não vai voltar por onde veio). O preço desse ticket, pelo menos até o momento desta jornada feita é de 45 pesos (algo como 15 reais, atualmente).
São cerca de 50 minutos nesta primeira parte. Depois do fim das aerosillas, siga a marcação da trilha sempre, em direção a la Cancha (ponto de referência).
Em la Cancha, siga para a direita, e desça o morro em direção ao vale. Continue pela trilha até o outro lado do Vale, suba o morro e finalmente desça em direção ao refúgio.
Dia 2:
No segundo dia, informe-se no refúgio de como pegar a trilha de volta. É a volta tradicional, a que a maioria das pessoas fazem. Na volta é onde passa-se obrigatoriamente pela Cachoeira Jakob. Depois a trilha continua tranquila e sem muitas surpresas, quase sempre com o leito do rio ao lado acompanhando.
Distâncias
Ida (dia 1)
Aerosillas : 3,3km.
Fim aerosillas - Refugio Frey : 9,96km.
Volta (dia 2)
Refugio - Cachoeira Frey - 1km
Cachoeira - Fim : 12,8km
Preços
(em pesos argentinos)
Obrigatórios:
Ida de Ônibus : $8,00
Ida de Aerosillas : $45,00 (é possível fazer a pé, mas demanda mais umas 3h no mínimo)
Volta de Van : $90,00 (aluguel, pode ficar mais barato se alugar um carro)
Opcionais
Pernoite no Refugio : $50,00 (pode levar sua barraca)
Janta : $60,00 (pode levar sua comida)
Dificuldades da trilha
- 2 descidas muito íngremes
- 1 subida média
- Breve passagem por rio - pode complicar se você estiver sem tenis impermeáveis.
- Ventos fortes
Dicas
- Vá acompanhado
- Prefira dormir no refúgio ao invés de levar sua própria barraca.
- Leve roupa e tênis impermeáveis. É importante.
- Com vento, não corra!
- Olhe os horários de ônibus para o Cerro Catedral - eles demoram.
- Confie no Club Andino - empresa que realiza trekkings e conduções. Mas pesquise preços - há mais baratas.
Roteiro - Mapa
(Distâncias x tempos gastos)
(Distâncias x tempos gastos)
Os tempos são aproximados, de acordo com a minha ida. Vão variar dependendo do seu ritmo, roteiros alternativos, paradas e clima no dia.
Obs: alguns mapas que eu uploado para o google maps ,aparecem com paginação louca.. neste a volta (em vermelho, aparece paginada chatamente... qualquer coisa baixe o arquivo .kml). Em amarelo a ida. Os pontos iniciais e finais se referem ao mapa.
Obs: alguns mapas que eu uploado para o google maps ,aparecem com paginação louca.. neste a volta (em vermelho, aparece paginada chatamente... qualquer coisa baixe o arquivo .kml). Em amarelo a ida. Os pontos iniciais e finais se referem ao mapa.
Visualizar Ar.Rn.Bariloche.Trekking Catedral Jakob em um mapa maior
Breve Descrição
O ônibus que sai do centro da cidade até o Cerro Catedral demora a passar - mesmo em dias de semana. Pra mim demorou cerca de 1h, então programe-se! A viagem até o Cerro é tranquila e não muito demorada. Deposi de uns 30 a 40 minutos ele para no ponto final, lá no Cerro Catedral (famosa pista de esqui, que fica quase deserta no verão). De lá, vá bilheteria e compre seu ticket para subir pelas aerosillas.
O passeio nas aerosillas é tranquilo também. Cerca de 40 minutos até o último nível. Essa parte lhe dá uma valiosa ajuda, pois se decidir fazer esse trecho a pé, são 900 metros de elevação! (bem pesado...)
No último nível das cadeirinhas, siga as marcas vermelhas/amarelas em direção ao topo. Lá em cima você poderá ter uma boa ideia de como estará o tempo para se decidir do que fazer. Andando sobre o pico, você chega até "La Cancha" , ponto de referência, onde a trilha se divide. Continue seguindo as marcações amarelhas/vermelhas que te guiarão até o ponto onde você deve descer o vale.
Aqui você deve tomar sua decisão final : ir para o Refugio Jakob ou Refugio Frey. [O Refugio Frey é outra trilha famosa dessa região, na verdade, a trilha mais famosa e conhecida é a trilha que inclui esse outro refúgio, trata-se da trilha Refugio Jakob - Refugio Frey, que é feita em 3 dias). Já, este roteiro deste post, é uma alternativa T, para ser feita em 2 dias.
Ir para o Jakob deste ponto é uma alternativa caso o tempo esteja muito ruim ou seja impraticável continuar até o Jakob, que é mais longe.
Pressupondo que decidiu-se pelo Jakob, encara-se a descida mortal - mais pesada desta trilha, onde não há rastros a seguir. Desça o mais reto que puder somente até encontrar a trilha no vale. Não há vegetação nesta parte devido a altura e o frio. Tenha cautela ao descer.
Alcançado o vale, se não cair exatamente na trilha, procure-a para que ela te guie em direção ao Refúgio. Se você desceu em linha reta, a trilha vai te guiar para sua esquerda.
Siga pelo vale tranquilamente em direção ao próximo pico. No meio desse vale você curte a Cachoeira Jakob. Essa parte da trilha você é protegido por muitas árvores e bastante brejo. Bom ponto para descanso.
A subida para o segundo pico começa amena e é possível vencê-la sem muito custo (a inclinação é muito mais branda do que a descida anterior). Você também está protegido do vendo pois está rodeado de montanhas. Aproveite bastante a paisagem.
Alcançado o segundo pico você pode se assustar um pouco com o vento que te recebe vindo do outro lado. Aproveite para avistar um pontinho marrom la embaixo. É o refúgio com seu lago ao lado! Tire fotos antes de começar a descer pois durante a descida pode ser complicado. Desça esse segundo pico pela trilha também até chegar ao vale.
Do vale, continue pela trilha e cruzar o rio até encontrar o Refúgio. Curta o fim da tarde.
Dia 2
Não saia depois das 11h (horário limite para começar a trilha). Peça as instruções para o pessoal no Refúgio. ELes moram ali! Conhecem bem. Há placas indicativas e é tranquilo. Em menos de 1km você vai acompanhar a queda do rio que você atravessou no dia 1 que forma a Cachoeira Jakob. Uma pena apenas não dar pra nadar! Curta a cachoeira naquele início de dia e siga tranquilo pela trilha.
A boa notícia é que o segundo dia é muito mais light do que o primeiro dia pois você apenas continua descendo pelo vale até chegar na estrada sem descidas muito ingremes. Apenas nos 3 primeiros quilometros você tem de descer alguns "caracoles" (zigue-zagues) mas nada comparado ao dia primeiro.
A trilha continua tranquila, com muitas arvores e sempre o rio acompanhando até o fim dela. Termina em uma casinha bem singela onde a Van irá te pegar.
A seguir, relato + fotos retirado do meu segundo mochilão, realizado em janeiro de 2011 (original: http://mochilaob.wordpress.com/2011/02/07/dia-20/)
Relato + Fotos + Vídeos
Acordei TARDE. Isso não estava previsto. Mas depois de umas cervejinhas e ir dormir quase as 3, não tinha outro jeito (eu tinha que descansar algo pro trekking). O Osher acordou meio emburrado e com poucas palavras. Tomamos o café, ele foi pra rodoviária e eu fui direto pro centro pegar meu ônibus.
Eu não forcei muito nem perguntei porque ele estava emburrado (acho que era por causa da namorada mandando mil mensagens) , mas então daí mais uma despedida breve do tipo “nos vemos pelo mundo” – boa viagem e nos vemos por aí. (isso é uma coisa muito loucona, fico meio zuado com isso).
Parei lá no centro, pensando nesse dia tão social que tinha tido no dia anterior e em como o mochilão, sem querer querendo acaba sendo uma soma em todos os aspectos – novos lugares, novas pessoas, aberturas de mente. É muito ganho – queria viver assim pra sempre.
Pela primeira vez desde que tinha chegado a Patagônia, precisei colocar a blusa de frio durante o dia (não achei que fosse acontecer). Estava um vento bem forte – primeiro dia estranho que eu pegava.
No ponto de ônibus, fiquei esperando o ônibus para a Catedral (que demorou muito) e uma senhora puxou papo comigo comentando de como gostava de Bariloche. Acabei falando que ia a Pucon (e ela era do Chile) ela começou a contar milhoes de casos horrendos do tipo, roubous, assassinatos de genros dela, filhos que levaram facadas (eita) que eu pensei “ota mulher azarada” heuahe. Mas coitada.. ela me deu uns toques, falou pra , quando eu ir no Chile, não dar sopa com dinheiro e essas coisas, que lá não é tão “seguro” quanto dizem por aí.
Valeu pelo toque, até que o ônibus passou só as 11:10!!!! (tardíssimo já). Será que eu ia conseguir?
Pela avenida Bustillo, depois o ônibus vira a esquerda e vai para a Villa Catedral. #1995feelings. Como seria aquele lugar com neve? Eu já havia pisado ali, mas como é diferente no verão! Com nada se parece.
Estava relativamente vazio o local, afinal, no verão o único que se tem pra fazer é subir pelas cadeirinhas e apreciar a vista : OU….. fazer um mega trekking por ali, rs.
A ideia inicial do meu trekking era fazer a travessia mais conhecida de todas em Bariloche : “Travessia Frey-Jakob”. Trata-se de dois refúgios na montanha com uma distancia média de uns 12km um do outro. Porém, me informaram que seria bem complicado eu fazer essa travessia em apenas 2 dias (que era o que eu tinha sobrando). Então, no Club Andino (onde tinha me informado na quarta), me deram uma boa alternativa: falaram que eu poderia começar desde o Cerro Catedral (cortava um pequeno pedaço sem ter que passar pelo Refúgio Frey) e assim iria direto para o Refugio Jakob.
Para começar o trekking, eu deveria pegar as aerosillas (as memas usadas para as pistas de esqui no inverno) e começar lá de cima. O passeio das cadeirinhas foi agradável, mas ventoso. Já estava um pouco friozinho, e com a subida até o último nível das cadeirinhas, esfriou bastante. Voce paga 45 pesos pra caminho só de ida – foi o que fiz, e o passeio leva 45 minutos (sobe bastante) – acho que cerca de 1700 metros.
Cerro Catedral From Trekking Catedral Jakob |
Inicio do Passeio - Aerosillas até em cima From Trekking Catedral Jakob |
Fim da linha - agora é andando From Trekking Catedral Jakob |
La em cima, na última estaçao, já não tem nenhuma vegetação nos montes. Só pedras e mais pedras. Poucas pessoas lá em cima também.
Tinha algumas familias com seus filhos em playgrounds la em cima (eles botam uns playgrounds la em cima no verão (coisa mais maluca)). Depois disso, tinha algumas pessoas descendo que nem loucas algumas pistas de bike que eles montam no verão. (deve ser muito doido fazer isso também). Eu quis fazer, mas ninguem soube informar muito bem se existia esse passeio – todos diziam que só com bicicletas próprias, pra fazê-lo.
Tinha algumas familias com seus filhos em playgrounds la em cima (eles botam uns playgrounds la em cima no verão (coisa mais maluca)). Depois disso, tinha algumas pessoas descendo que nem loucas algumas pistas de bike que eles montam no verão. (deve ser muito doido fazer isso também). Eu quis fazer, mas ninguem soube informar muito bem se existia esse passeio – todos diziam que só com bicicletas próprias, pra fazê-lo.
Algumas pessoas também subiam apenas pra ter a vista dali e fazer algo como um pic-nic.
NINGUÉM estava indo fazer a trilha eu ia fazer.
Apesar do vento, o tempo estava bom, dava pra fazer a trilha tranquilo, apesar do horário. Como eu tinha chegado lá embaixo meio dia, as cadeirinhas me deixaram la em cima próximo de 1 da tarde.
Tive que subir o resto da montanha até o topo, e consegui isso chegando lá em cima as 13:15.
E UM VENTO.
No topo, deu pra ver um pedaço do vale lá pro outro lado, e uma horrorosa nuvem que estava em cima da outra parte da montanha do outro lado.
Ainda no inciio da trilha, do lado de cá ainda. Note a trilha a esquerda da foto, e uns pontinhos pretos no meio da trilha, está vendo? São pessoas ;) From Trekking Catedral Jakob |
Nesse começo não havia trilha, isso porque eram pedras demais , e todas soltas, e nenhuma vegetação. Isso dificulta muito a manutenção de alguma trilha. Entretanto, havia uma boa demarcação de onde seguir. De quando em quando, havia pedras marcadas com uma bola vermelha ou amarela (sinal universal de trilha). Cada vez que você chegava em uma marca, era possível enxergar a próxima. Durante toda a trilha (menos mal).
A primeira parte da trilha (após alcançar o topo) é uma bordeação pelo topo da montanha até chegar na famosa “Cancha” – bifurcação que pode levar para o Refúgio Frey ou Jakob.
O vento estava estratosférico, e não foi possível imprimir uma velocidade grande (como eu imaginei que conseguiria) nesse começo. Com vento, e pedras soltas, margeando o topo, não é possível correr.
No meio dessa borda, cruzei com um americano que estava voltando para Catedral (ele vinha do refúgio Frey – mais perto). Eu lhe perguntei se por ali também ia-se ao Jakob (só pra confirmar) o que ele disse que sim. Mas me alertou sobre as nuvens, e disse que certa vez, com um tempo como esse, já tinha tentado ir ao Jakob e quase morrido.
Paisagem do Vale Rucaco - só de chegar aqui já dá emoção From Trekking Catedral Jakob |
No pico, trilha parte plana. Em destaque a marcação oficial a trilha. From Trekking Catedral Jakob |
OK – Essa era a mensagem que eu não precisava ouvir naquele momento, ehauh.
Ele comentou que começou a descer para o Jakob e que começou a chover. Ele teve que voltar e disse que teve hipotermia por duas horas. Nesse momento eu tive um pequeno dejavu com a minha expedição para o Pico da Bandeira e me lembrei que o frio não é frescura, se no Brasil eu sofri, imagine na Patagônia!
Ele se foi e eu segui. Confesso que fiquei meio balançado, com o comentário do americano e com o tempo – que de pouco a pouco ficava pior.
Eu fui seguindo e tinha que decidir o que fazer até que eu chegasse a Cancha – bifurcação. QUando muito, se o tempo estivesse ruim, eu poderia ir para o Frey (bem mais perto e mais fácil) como um prêmio de consolação – desistindo do Jakob (meu objetivo).
O que ocorre é que quando cheguei a bifurcação o tempo continuava o mesmo – isto é, não estava muito bom, e estava frio (eu tinha que usar blusa) mas dava pra continuar tranquilo. De acordo com a inscrição na pedra indicando o caminho (não ha placas, só marcas nas pedras) faltava meia hora para o Frey e 4,5 horas para o Jakob. Uma bela de uma decisão.
Com aquele tempo, eu arrisquei. Vou para o Jakob. E fui.
Rio lá embaixo, no Vale Rucaco From Trekking Catedral Jakob |
Pedra indicando 2h (se decidir para o Refugio Frey ou 4,5h para o Jakob) From Trekking Catedral Jakob |
Virada de tempo repentina - super normal na Patagônia From Trekking Catedral Jakob |
Comecei a andar, o bordeamento do monte continuava e o vento também. Não demorou muito até que a nuvem horrorosa viesse um pouco pra meu lado. Aos poucos também comecei a sofrer uma chuva de poeira bem chata (pior do que as moscas no trekking do Tronador). Essa tormenta foi aumetando até que eu tivesse que ir muito lento pra não levar algum tombo perigoso.
Foi só alguns bons minutos depois que eu fui perceber que aquela poeira era nada mais nada menos que NEVE.
Não, não era aquela neve bonita, em flocos, gostoso, que vc abre a mão pra pegar e sorri. Eram pontinhos , como de areia, minusculos, e eles vinham na horizontal, por causa do
vento, e batiam em você, DOENDO, e incomodando. Sò dava pra ver que era neve, porque quando caiam no chão era possível ver sua cor branca, além de ver que o chão estava todo respingado (neve derretida).
Foi emocionante, mas a neve incomodou e atrapalhou. Apesar disso, eu não estava sentindo tanto frio assim e achei que estava indo bem, apesar de todas as interpéries até o momento. Continuei seguindo as indicações até a segunda parte da trilha
Descida Mortal
Teve um ponto que ficou um pouco confuso pra onde se devia ir. Dei sorte de ver no meio do caminho entre o topo e o vale, um cara descendo, com muita dificuldade em direção ao vale. “Só pode ser ali!” pensei eu. De fato, depois de um pouco procurar e forçar o olho, vi uma bolinha vermelha desenhada em uma grande pedra um pouco la embaixão.
Teve um ponto que ficou um pouco confuso pra onde se devia ir. Dei sorte de ver no meio do caminho entre o topo e o vale, um cara descendo, com muita dificuldade em direção ao vale. “Só pode ser ali!” pensei eu. De fato, depois de um pouco procurar e forçar o olho, vi uma bolinha vermelha desenhada em uma grande pedra um pouco la embaixão.
A questão é que a descida era BEM ingreme. Algo, sei lá, como 60 graus de inclinação. Provavelmente uma das piores descidas que já fiz na minha vida de trekking (acho que foi a pior). O que dificulta esse tipo de descida é que não era sobre pedras bem definidas e grandes, era apenas um morro com terra + pedregulhos, com pouquissimas pedras grandes arraigadas ao solo.
Dessa forma, aí é que não havia trilha mesmo. O negócio era chegar até o vale! Primeiro que o seu joelho pede arrego em cinco minutos e depois que você não tem onde se segurar. Eu fiquei ao menos tranquilo que não era o único que estava tentando fazer a travessia até o Jakob (ao fim, alguém na trilha!)
Foto tirada com um ângulo de 60o negativos - descida hiper ingreme e sem apoio nenhum From Trekking Catedral Jakob |
Gastei uns bons minutos pra chegar até a metade da descida (tive que guardar a câmera) e na segunda metade descobri uma boa técnica para descer (apesar de um pouco arriscada): chama-se earth-boarding – algo como esqui na terra, heheheh.
A segunda parte do monte eu desci bem rápido, alcançando o cara la da frente (na verdade eram 3) em poucos minutos. Quando os alcancei, confirmei que eles iam pra Jakob, mas eles não foram muito receptivos (responderam, mas não puxaram muito papo). Então eu apenas ultrapassei eles, e fiz a segunda parte da trilha. A mais tranquila.
Essa parte você segue por uma trilha muito bem demarcada, num vale rodeado por montanhas. (grande visão). Muita vezes passa por bosques e tem que ir desviando de algumas lamas incovenientes. Mesmo com chuva, foi mais tranquilo fazer essa parte porque o bosque te protege bastante.Cachoeira Rucaco
Cachoeira singela, escondida no meio do vale, sem poço e, obviamente, não especial para nadar, pois tudo ali é um gelo. Mas ótimo lugar para parar e recuperarum bom fôlego. Eu não precisei tomar água, mas acredito que deve ser limpa. (chute).
Cachoieira Rucaco From Trekking Catedral Jakob |
Singela Cachoeira Rucaco From Trekking Catedral Jakob |
Floresta dentro do Vale From Trekking Catedral Jakob |
Olhando para o que eu deixei para trás. Aqui ja no inicio da subida derradeira From Trekking Catedral Jakob |
Terminado o bosque, singelamente uma subida começa, a principio normal, e depois piorando um pouquinho. Mas, depois da descida fenomenal, essa subida até que não foi grande problema. Fiquei olhando um pouco pra trás (baixo) pra ver se encontrava os 3 caras, mas nem sinal deles. A descida devia ter matado eles um pouco.
Achei que a trilha tava no papo. Sabia que depois da subida haveria mais uma descida e só. Mesmo que fosse como aquela primeira daria pra aguentar.
Fim Mortal
Quando o fim da subida começou a aparecer, junto começou um vento (normal né). Só que…. quano eu cheguei no cume, foi algo SENSACIONAL. Era muito, muito, MUITO vento. MUITO. Ao mesmo tempo dava pra ver o refúgio la embaixo!!!! Quase vitória!
Quando o fim da subida começou a aparecer, junto começou um vento (normal né). Só que…. quano eu cheguei no cume, foi algo SENSACIONAL. Era muito, muito, MUITO vento. MUITO. Ao mesmo tempo dava pra ver o refúgio la embaixo!!!! Quase vitória!
Máquina na mão tirei algumas fotos e comecei a descer, fui tirando fotos e…. peraí: mão congelada! Ops, ops, vento piorando… e MUITO.
Nesse momento eu parei e falei. Não. Preciso começar essa descida 100%. Voltei desesperado pra atrás de uma pedra que me salvava do vento, guardei a câmara, e a minhas mãos no bolso, respirei fundo….. e fui.
O Vento era impressionantemente violento. A descida então…. nem queria pensar. Comecei a descer com cautela, e era preciso descer bem lento mESMO, porque se não o vento te pegava e te jogava. Ao mesmo tempo a vontade era correr e acabar com aquele sofrimento de uma vez.
Eu olhava com dificuldade pro lago e pro refúgio lá embaixo, enquanto o vento castigava com a neve/chuva impedindo de olhar pra frente. Era uma mistura de emoção com dor, alegria e sofrimento! Muito foda (quem disse que é só o amor que faz você sentir muitas coisas ao mesm tempo?? O trekking também =P rs)
A descida não era pouca, era ingreme de verdade! E o vento era aquele tipico da patagônia, sem tréguas!
Aqui não dava pra fazer earth-boarding, era passo a passo, sem mover as mãos, se não elas congelavam! Consegui fazer a descida bem, apesar de ter acabado ela esbagaçado. A única coisa que eu queria era chegar no refúgio e nunca mais sair de lá.
Tava um frio descomunal e a chuva não queria parar mais não. Quando a descida terminou, eu falei, PRONTO , ACABOU.
Meio da subida derradeira. Tempo horripilante From Trekking Catedral Jakob |
Mas nunca é assim, certo? Depois da descida, era só ir em direção ao refúgio MAAAAAS, “no meio do caminho tinha uma pedra”, ou melhor, um rio. Tinha que atravessar o rio pra chegar nele!! (peeeeeee, medo).
Então primeiramente os brejos começaram a se multiplicar : essa verdade não muda nem no Brasil nem na Conchinchina: se voce tem um rio, você vai ter brejinhos e lama em volta. Caramba, foram 500 metros de lama, e adivinha se eu consegui atravessar sem afundar um dos meus pés na lama?
Esse momento foi bem ruim! Depois disso, chutei o balde, falei, não pode piorar, e falta pouco! Vamos chegar!
Mas pode piorar.
A arrebatada final é que, não tinha jeito! Atravessar o rio! Mas como????
Não tinha ponte! O rio era raso, MAS, não tinha muitas pedras.. enfim, depois de uns 5 minutos, encontrei um lugar que seria algo possível, com MUITA SORTE, passar pelas pedras sem cair e molhar.
Não tinha ponte! O rio era raso, MAS, não tinha muitas pedras.. enfim, depois de uns 5 minutos, encontrei um lugar que seria algo possível, com MUITA SORTE, passar pelas pedras sem cair e molhar.
Adivinha se eu consegui?
No topo novamente e olhando para o segundo vale. Circulado de vermelho, o refugio!! (aquele pontinho), com seu lago ao lado From Trekking Catedral Jakob |
Eu vi estrelas nessa hora. Um dos meus pés caiu na água (tava de tenis) e quase caio de Câmera e tudo nessa hora ( uma planta me slvou). O pior é que tive que voltar para o ponto inicial. Nessa hora chutei o balde de novo e tirei os tenis, ia atravessar mlhando mesmo.
Como doeeeeeu por Zeus.
Doeu muito atravessar o rio, meros 4 metros de largura!
Ao chegar do outro lado do rio, pisar na grama, ou na areia, ou nas pedras, onde quer que seja! Era como pisar no gelo!!!!
Doeu muito atravessar o rio, meros 4 metros de largura!
Ao chegar do outro lado do rio, pisar na grama, ou na areia, ou nas pedras, onde quer que seja! Era como pisar no gelo!!!!
Nusga.. quase chorei de dor nessa hora.. não conseguia me manter.. e devia faltar o que, uns 300 metros pra chegar no refugio… (!) que grand finale!!!!
Calcei os tenis molhados (era mais quente do que andar descalço!!!) e cheguei esbagaçado (mesmo!) no refúgio! Um cara estava na porta me esperando. (eles ficam com binoculo assistindo a sua descida e a sua chegada sofrida!!! heauheau)
Ele viu o meu estado, falou pra eu tirar os tenis e entrar no refugio (não se entra de tenis no refugio). Que alivio foi entrar numa casa quentinha com chão quentinho!!! Ufa
Eu me sentei e ele me ofereceu um “te de mate” bem quentinho. Apesar de odiar chá, aquela foi uma das bebidas mais reconfortantes que bebi na minha vida. Foi uma chegada sofridíssima!
O frio tava tão intenso, que não valia a pena sair do refugio (eram 17h ainda). Não consegui sair do refúgio para tirar fotos, pra nada. Fiquei ali dentro mesmo, escutando as conversas, puxando papo com outros, e tocando um violãozinho (tinha 3 violões no refúgio! )
De noite jantei a comidinha de la (caro que nem no outro refugio, mas reconfortante).
Depois fui pro quarto com as camas (Esse refugio tava bem mais tranquilo que o tronador) e dormi, dormi nada no fim das contas. Mas dormi, pra fazer a volta pela trilha Jakob.
Lago Jakob From Trekking Catedral Jakob |
Refúgio Jakob:
É uma casa no meio do nada. Não tem eletricidade nem muito conforto. Te oferece apenas o básico para você ficar bem, principalmente a noite. Quando o sol se vai, venta muito e faz muito frio. A casa é aquecida e totalmente isolada no frio exterior. Não se pode entrar com tênis (para manter a casa limpa e seca). As pessoas que estão lá não moram lá, elas apenas trabalham no verão, atendendo os visitantes.
O refugio só funciona na época de verão onde é seguro fazer essas trilhas. No inverno não há suporte!
Não é preciso fazer reserva, basta chegar! Que eles te oferecem um colchão. Experiência única!
Dentro do Refúgio - bem quente e acolhedor, apesar de rústico :) From Trekking Catedral Jakob |
No primeiro dia no refúgio cumpri com a minha parte social do dia e puxei papo com um cara que a principio parecia isolado do resto do grupo. Era o Marlo. Francês. Confesso que quando ele falou que era frances eu fiquei meio com preguicinha (sim tenho preconceito com franceses =S)
Conversamos um bocado no primeiro dia, e acabei estimulando a dois ingleses a entrarem na conversa também. Conversa branda, numa boa e com muita cordialidade. Depois chegou um terceiro ingles que entrou na conversa também.
A noite foi de cão, pra variar. Foi muito mais tranquila que no refúgio Otto Meiling. Só que meu nariz tava completamente tampado, então, respirando pela boca, acordava de 20 em 20 minutos. Dormi malzasso (apesar de ter tido um colchão só pra mim, com 3 cobertas).
Então no outro dia, curti o meu café da manhã e saí la pelas 11. O Marlo saiu comigo (eu não tava tão afim assim de ir com ele, mas ele acabou se auto convidando).
Tiramos umas fotos do refúgio com o Lago Jakob e partimos juntos. Tinhamos 18km pela frente e eu estava mortão, mas pelo menos, a notícia que se dava é que, apesar de maior, ia ser mais fácil que a primeira parte (sem subidas ou descidas estrondosas).
ALém do mais, o dia estava bem melhor que o ontem, solzinho esquentando um pouco (thank God, fiquei com medo de ficar preso por causa da chuva).
Andamos os 18km numa boa, e conversamos de muita coisa. Foi mais difícil conversar com o Marlo que com o Mike, porque o Marlo falava apenas um médio inglês (eu falava melhor que ele! – hehehe, me senti O cara) mas ainda assim tivemos alguns papos legais.
tem comida! From Trekking Catedral Jakob |
No fim das contas o Marlo era um cara bacana – meio louco, mas anyway. Francês, viajando por 9 meses (!) , sendo que 3 deles ficou em Jericoacara. Só saiu porque mandaram ele embora (ele não podia ficar mais) heuah, e parece que já tinha passado por muito país aí, além de fazer não sei quantos esportes radicais (não lembro de algum que ele não tenha experimentado).
Tinham roubado a câmera dele, então eu oferecia pra tirar umas fotos pra ele e depois lhe enviava, ele aproveitava e tirava algumas minhas também.
Cardápio do local! From Trekking Catedral Jakob |
O Refúgio por fora From Trekking Catedral Jakob |
Lago Jakob
É o que dá o nome "apelido" ao famoso Refúgio. Lindo lago, não da pra cansar de ficar olhando pra ele.
Infelizmente não dá pra nadar também, porque mesmo no veraõ ali é muito gelado! Bem, se vc for louco, talvez dê pra nadar. Eu não cogitei a misera possibilidade. Algo incomcebivel pra mim. Sò pra olhar!
Um pontinho ao lado das montanhas From Trekking Catedral Jakob |
Sobre a trilha, ela foi bem tranquila nos 9km iniciais, sendo que no começo, fomos agraciados com uma bela quedinha (cachoeira), parte onde tinhamos que atravessar o rio. Aqui foi agradável porque havia pedras para não se molhar, além de uma corda pra atravessá-la. A cachoeira devia ter uns 6 metros de queda (sua ultima) mas um total de uns 25m (em 3 quedas). Tivemos que descê-la pelas pedras, mas tranquilos, atravrssar a corda e continuar.
Depois disso, havia um pedaço “caracol” bem pesado, que deu pra cansar os joelhos. Mas não durou taaanto como tinha durado o Tronador.
No caminho, encontramos com várias pessoas do refugio (fomos num ritmo forte), inclusive com uma italiana (primeira da viagem toda!) viajando sozinha, e bem engraçada! heuah. Eu não sei o que ela fazia no dia anterior no refúgio, mas fazia muita gente rir.
Também foi muito engraçado ver a italiana que não falava nem espanhol, nem inglês e nem francês tentar falar com um francês que não falava nem espanhol, nem italiano e só um
Cachoeira Jakob
Outra singela cachoeira, ja bem perto do refugio que da um ânimo ja no inicio da trilha. Possui um pocinho pequeno que não da pra nadar. Não só apenas pelo tamanho, é claro, mas pelo clima :)
Paredão formando a Cachoeira Jakob, próximo ao Refúgio From Trekking Catedral Jakob |
Poço da Cachoeira Jakob From Trekking Catedral Jakob |
Cachoeira Jakob - singela From Trekking Catedral Jakob |
Corda de apoio - sério, depois de todo o perrengue - nem precisava From Trekking Catedral Jakob |
Depois mais pra frente, encontramos um australiano (que eu não entendia quase nada que ele falava) e assim fomos tranquiloes.
Os últimos 9km eram igualmente todos dentro do bosque, e com um rio ao lado acompanhando (com belas vistas) mas dessa vez houve algumas subidinhas pra matar. Eu terminei bem, melhor do que em Tronador, mas também estava meio destruidão.
Ao chegar no ponto onde o carro ia nos pegar, tivemos um mini socialização dos israelenses, australiano, francês, italiana e 2 porteñas.
Eu pelo menos tinha força de caminhar , voltei até cedo pra casa arrumei as coisas direitinho pra no outro dia partir tranqs
Excelente segundo dia par andar no vale From Trekking Catedral Jakob |
Ponte trnaquila na metade final, terminando a trilha From Trekking Catedral Jakob |
Placa "inicial' da trilha A maioria das pesoas começa por aqui, passa por Jakob e depois terminam em Frey. Passeio tradicional de 3 dias. From Trekking Catedral Jakob |
2 comentários:
em que data fez essa trilha?
Olá Guilherme, travessia foi realizada nos dias 30 e 31 de janeiro de 2011.
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